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    Ansiedade pode dobrar risco de desenvolver Parkinson, diz estudo

    Os pesquisadores também descobriram que sintomas associados à doença neurodegenerativa poderiam ser fatores de risco para pessoas com o transtorno psiquiátrico

    Gabriela Maraccinida CNN

    Pessoas com ansiedade podem apresentar um risco duas vezes maior de desenvolver Parkinson, segundo novo estudo publicado no British Journal of General Practice na segunda-feira (24). O trabalho também observou que sintomas como depressão, distúrbios do sono, fadiga, comprometimento cognitivo, hipotensão, tremor, rigidez, comprometimento de equilíbrio e constipação eram fatores de risco para a doença em pessoas com o transtorno.

    O Parkinson é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda de função motora, diminuição da velocidade e amplitude dos movimentos, e tremores nas mãos ou nos dedos. Pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, investigaram a ligação entre pessoas com mais de 50 anos que desenvolveram ansiedade e, posteriormente, foram diagnosticadas com Parkinson.

    Para isso, a equipe utilizou dados de cuidados primários do Reino Unido entre 2008 e 2018 e avaliou 109.435 pacientes que desenvolveram ansiedade após os 50 anos e os comparou com 878.256 pacientes que não apresentavam o transtorno psiquiátrico.

    A partir disso, os pesquisadores rastrearam a presença de sintomas associados ao Parkinson — como problemas de sono, depressão, tremores e comprometimento do equilíbrio — desde o diagnóstico de ansiedade até um ano antes do diagnóstico de Parkinson. O objetivo era compreender o risco de cada grupo desenvolver a doença neurodegenerativa ao longo do tempo e quais poderiam ser os fatores de risco relacionados.

    Os pesquisadores descobriram que o risco de desenvolver Parkinson aumentou duas vezes em pessoas com ansiedade, em comparação com o grupo de controle. A descoberta foi feita após a equipe ajustar os resultados para levar em conta idade, sexo, privação social, fatores de estilo de vida, doença mental grave, traumatismo cranioencefálico e demência, fatores que podem afetar a probabilidade de desenvolver a doença em pessoas com ansiedade.

    Eles também confirmaram que sintomas como depressão, distúrbios do sono, fadiga, comprometimento cognitivo, hipotensão, tremor, rigidez, comprometimento do equilíbrio e constipação eram fatores de risco para o desenvolvimento de Parkinson em pessoas com ansiedade.

    “A ansiedade é conhecida por ser uma característica dos estágios iniciais da doença de Parkinson, mas antes do nosso estudo, o risco prospectivo de Parkinson em pessoas com mais de 50 anos com ansiedade de início recente era desconhecido”, afirma Juan Bazo Alvarez, coautor principal do estudo e pesquisador da UCL Epidemiology & Health, em comunicado à imprensa.

    “Ao compreender que a ansiedade e as características mencionadas estão ligadas a um maior risco de desenvolver a doença de Parkinson acima dos 50 anos, esperamos poder detectar a doença mais cedo e ajudar os pacientes a obter o tratamento de que necessitam”, diz.

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