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    Alzheimer: Quais as principais dúvidas dos brasileiros sobre a doença?

    Brasil é o quinto país do mundo que mais pesquisa sobre a doença no Google; CNN ouviu especialistas para responder às questões mais frequentes

    Especialistas respondem as principais dúvidas sobre a Doença de Alzheimer
    Especialistas respondem as principais dúvidas sobre a Doença de Alzheimer Getty Images

    Nicoly Bastosda CNN

    São Paulo

    O Brasil é o quinto país no mundo que mais pesquisa sobre a doença de Alzheimer no Google, segundo dados levantados pela CNN através do Google Trends. Porto Rico, Espanha, Estados Unidos e Chile ficam à frente do país, nesta ordem.

    De acordo com dados levantados na plataforma desde 2004, os anos de 2019 e 2022 compõem os de maior número de buscas no mundo sobre a doença. O valor de 100 presente no gráfico de pesquisa representa maior pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa metade da popularidade e a pontuação pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes sobre o termo.

    Interesse das buscas por Alzheimer entre os países do mundo / Reprodução/ Google Trends
    Interesse das buscas por Alzheimer de 2004 até 2023 / Reprodução/ Google Trends

    Já no Brasil, os anos de pico das pesquisas sobre Alzheimer correspondem a 2004 e 2005, seguidos por 2022, que registrou pontuação de 89 em março.

    Interesse busca pela Doença de Alzheimer no Brasil ao longo dos anos / Reprodução/ Google Trends

    O que os brasileiros mais buscam sobre Alzheimer no Google:

    O Google Trends também elenca as principais dúvidas dos brasileiros sobre a doença de Alzheimer. São elas:

    • O que é o Alzheimer?
    • Quais os sinais de Alzheimer precoce?
    • Quais são as 7 fases do Alzheimer?
    • Quais são as formas de tratamento do Alzheimer?
    • Alzheimer é genético?
    • Qual a diferença de demência e Alzheimer
    • Existem jogos para idosos que podem ajudar com o Alzheimer?

    A CNN ouviu especialistas para respondê-las.

    O que é o Alzheimer?

    De acordo com Fábio Porto, neurologista e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer, Regional São Paulo (ABRAz-SP), a doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa, que se caracteriza principalmente pela perda progressiva da memória recente.

    “A pessoa afetada pode ter dificuldade em aprender novas informações, embora possa lembrar bem as informações do passado. Isso ocorre porque a doença afeta intensamente os hipocampos, a região do cérebro responsável pela memória recente”, explica ele.

    Quais os sinais de Alzheimer precoce?

    De acordo com Diogo Haddad, neurologista do Hospital Nove de Julho e pesquisador da Doença de Alzheimer, os sintomas iniciais e principais são sempre relacionados à perda de memória. Problemas com linguagem, atenção e execução das tarefas diárias são pontos de atenção, mas, de acordo com o profissional, todas elas devem estar ligadas à memória.

    Quais são as formas de tratamento do Alzheimer?

    Diogo Haddad destaca a importância de buscar ajuda médica ao menor sinal de comportamento que pode estar relacionado ao Alzheimer.

    “Essa fase pré-clínica talvez seja a grande galinha dos ovos de ouro do Alzheimer. Hoje conhecemos essa entidade como comprometimento cognitivo leve (CCL), momento onde conseguimos encontrar um déficit cognitivo dentro de testes neuropsicológicos, porém, onde não existe qualquer perda da funcionalidade. Esse pode ser um grande momento para tratamento da doença”, enfatiza o neurologista.

    Além do tratamento médico, o processo familiar e de apoio é muito essencial.

    “Tento sempre colocar que a doença de Alzheimer deve vir em conjunto com um tratamento de todos que estão ao redor da doença. Ela carrega como fardo o acometimento das pessoas que estão ao redor da pessoa com a doença, que devem estar preparados para lidar com as alterações, não apenas de memória, mas também de comportamento e de execução de atividades corriqueiras”, afirma Diogo.

    Quais são as 7 fases do Alzheimer?

    Fábio Porto explica que a progressão da doença pode ser dividida em várias fases, que podem variar, mas basicamente seguem a progressão de fase normal, declínio cognitivo subjetivo, comprometimento cognitivo leve até demência.

    • Fase 1: A pessoa tem um marcador da doença no cérebro, mas a cognição está normal e não apresenta sintomas.
    • Fase 2: Ocorre um declínio cognitivo, mas muito leve, às vezes chamado de declínio cognitivo subjetivo. A pessoa percebe que não está igual, mas os testes de memória apresentam resultados normais.
    • Fase 3: Conhecida como comprometimento cognitivo leve, a pessoa tem um declínio cognitivo perceptível, mas não apresenta dificuldade funcional significativa. A pessoa tem um problema de memória, mas consegue viver bem, fazer as coisas cotidianas, mesmo que com pequenas dificuldades.
    • Fase 4: Início da demência leve, com perda funcional para atividades mais complexas, como trabalhar, lidar com finanças e planejar um jantar.
    • Fase 5: Demência moderada, onde a pessoa tem dificuldade para escolher a própria roupa.
    • Fase 6: Demência moderada grave, com dificuldades para se vestir, tomar banho e usar o banheiro. Pode ocorrer incontinência.
    • Fase 7: Fase grave da doença, onde a pessoa não consegue mais falar, andar ou deglutir.

    Alzheimer é genético?

    Segundo Fábio, existem sim genes de risco na doença de Alzheimer, mas estes não são garantia de que a doença será de fato desenvolvida.

    O profissional explica que, embora a doença de Alzheimer seja genética, é uma genética de risco ou de chance aumentada, também conhecida como “genética não-Mendeliana”. “Isso significa que ter um gene de risco não garante que você desenvolverá a doença, mas aumenta a probabilidade”, explica ele.

    Qual a diferença entre demência e Alzheimer?

    Diogo explica que a Doença de Alzheimer não é diferente da demência, e sim um tipo desse grupo de sintomas. “A demência pode ser um denominador e sintoma para um monte de doenças, como o próprio Alzheimer, é importante não confundir”, diz ele.

    Em resumo, enquanto a demência se refere aos sintomas, a doença de Alzheimer é uma das causas deles.

    Existem jogos para idosos que podem ajudar com o Alzheimer?

    Segundo Fábio, jogos podem ser ferramentas eficazes para aumentar o estímulo cognitivo. Podem ser responsáveis por retardar o progresso da doença em pessoas com demência e reduzir o risco em indivíduos saudáveis.

    O profissional indica jogos como Caça-Palavras e Sudoku, que envolvem a memória.

    “A recomendação é unir a estimulação cognitiva – treinamento de memória, atenção e linguagem – com atividades prazerosas e de lazer. Isso torna a atividade mais agradável, incentivando a pessoa a continuar praticando por mais tempo”, explica ele.