Alternância entre vacinas da AstraZeneca e Pfizer é segura, diz imunologista
Professor da USP Jorge Kalil avaliou que recomendação do Ministério da Saúde para grávidas tem base científica
A recomendação do Ministério da Saúde de vacinar grávidas com a segunda dose da Coronavac ou Pfizer é segura, afirmou o imunologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Jorge Kalil.
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (26), o médico explicou que gestantes que receberam a primeira dose do imunizante da AstraZeneca devem alternar por outro fabricante na segunda dose por questões de segurança à saúde das mulheres.
“A alternância entre AstraZeneca e Pfizer foi bem estudada na Europa e se viu que os resultados são excelentes”, disse Kalil. “Recomendamos isso ao ministro [da Saúde, Marcelo Queiroga] e ele acatou. Mulheres grávidas têm muito risco [com a vacina da AstraZeneca], sobretudo no final da gravidez”, explicou o especialista.
Uma outra pesquisa feita na Coreia do Sul reforçou que a vacinação mista com primeira dose de AstraZeneca e segunda dose da Pfizer aumenta os níveis de anticorpos neutralizantes em seis vezes em comparação às duas doses da AstraZeneca.
3ª dose para público geral
Jorge Kalil lembrou que ainda são feitos estudos para avaliar a necessidade da aplicação de uma terceira dose contra a Covid-19. Por enquanto, o médico explicou que certamente chegarão, em breve, vacinas mais modernas e que protegerão contra as variantes da doença. O grupo do médico trabalha em uma delas, que deverá ser aplicada via spray nasal.
“Estamos aprendendo em tempo real, observando tudo o que aparece de forma científica e tomando decisões”, disse. “Com relação à terceira dose, há várias condições que podem nos levar a isso. Uma dessas é, por exemplo, se uma pessoa tomou uma vacina que protege mal um determinado grupo”, afirmou, exemplificando o uso da Coronavac em idosos.
“Esse grupo pode se beneficiar de uma 3ª dose da mesma vacina ou de outra. Outra questão que está sendo observada é que a imunidade das pessoas vacinadas vai caindo com o tempo. Isso é normal que ocorra e temos que observar se as pessoas imunizadas realmente ficarão doentes para elas voltarem a se vacinar.”