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    Algumas crianças têm até 10 vezes mais chances de se afogar do que outras

    Probabilidade de afogamento é maior entre meninos adolescentes, em comparação com as meninas. Crianças negras e indígenas também têm risco aumentado, diz estudo

    Megan Marples, CNN

    O afogamento é uma das principais causas de morte por lesões não intencionais em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos nos Estados Unidos, mas algumas crianças têm uma chance significativamente maior de se afogar do que outras.

    Os meninos adolescentes de 15 a 19 anos têm 10 vezes mais probabilidade de se afogar do que meninas, de acordo com um relatório de julho publicado pela Academia Americana de Pediatria (AAP).

    Segundo o relatório, isso pode ser devido a vários fatores, incluindo o fato que meninos superestimam suas habilidades de natação mais do que meninas, além do maior uso de álcool entre os meninos em comparação com as meninas.

    “Basta ir a ambientes de águas abertas e observar quantos homens estão na água em comparação com as mulheres”, disse Linda Quan, médica de emergência pediátrica do Hospital Infantil de Seattle e autora do relatório.

    Cerca de 75% de todas as crianças e adolescentes vítimas de afogamento são meninos, diz o relatório. A análise também descobriu que crianças norte-americanas negras e indígenas ou nativas do Alasca com 19 anos ou menos tinham uma probabilidade significativamente maior de se afogar em comparação com outras etnias.

    Quando se trata de fatalidades em piscinas, crianças negras de 5 a 19 anos têm uma probabilidade 5,5% maior de se afogar do que crianças brancas.

    “Sabemos que bairros com baixos índices socioeconômicos têm menos recursos”, disse Quan, que também é professora emérita de pediatria na Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle. “Isso precisa ser tratado como um problema da comunidade”.

    Todas as comunidades devem ter acesso a oportunidades recreativas aquáticas e as crianças em idade escolar devem passar no teste de natação, acrescentou.

    Crianças pequenas são as vítimas mais comuns

    Para crianças de 1 a 4 anos, o afogamento é a principal causa de morte relacionada a ferimentos não intencionais, de acordo com o relatório. Para crianças, a maioria dos afogamentos ocorre em banheiras ou grandes baldes, apontou o relatório.

    Até 30% dos cuidadores admitiram deixar crianças menores de dois anos sem supervisão no banho por entre um e um pouco mais de cinco minutos, de acordo com o relatório da Academia Americana de Pediatria.

    As crianças devem ser supervisionadas em todos os momentos, enfatizou Quan, porque elas não têm os meios necessários para evitar o afogamento.

    “Parece ridículo, mas eu vi minha própria filha de 2 anos tropeçar e sentar em um corpo de água que cobre o nariz e não fazer nada para se salvar”, disse ela. “Eu tive que puxá-la para ficar de pé”.

    Para afogamento, o tempo é tudo

    Cerca de 70% das mortes por afogamento em crianças menores de 15 anos nos Estados Unidos acontecem entre maio e agosto, diz o relatório. Isso coincide com alguns dos meses mais quentes do ano no país, quando muitas crianças estão de férias escolares.

    O horário entre as 16h e 18h é o mais perigoso para afogamentos. Cerca de metade dos afogamentos ocorreram durante este período, o mais movimentado para nadar, de acordo com um estudo à parte citado pelo relatório.

    Este também é o momento em que os adultos costumam fazer várias tarefas ao mesmo tempo, muitas vezes tentando preparar o jantar e ajudar os filhos com os deveres de casa, disse Quan.

    Ela recomenda que os pais utilizem cercas nas piscinas e outras intervenções, que são ferramentas de prevenção de lesões que não requerem trabalho por parte dos pais.

    Como manter seus filhos seguros

    A Academia Americana de Pediatria incentiva os pais a praticarem várias diretrizes de segurança na água para prevenir o afogamento.

    Para piscinas em casa, a academia recomenda a instalação de uma cerca de pouco mais de 1 metro de altura, com portões de fechamento automático que circundam a piscina.

    As crianças devem ser supervisionadas em todos os momentos e usar coletes salva-vidas ao nadar, de acordo com a AAP.

    Para aumentar a proteção, os pais devem matricular seus filhos em aulas de natação a partir de 1 ano de idade. Fale com seu pediatra para recomendações mais específicas.

    Bebês nunca devem ser deixados sem supervisão na banheira, pois os assentos podem tombar. Assim que a criança terminar o banho, despeje imediatamente a água.

    Se alguém está se afogando, a AAP recomenda as seguintes etapas:

    • Reconheça os sinais de alguém com problemas e grite por socorro.
    • Resgate e retire a pessoa da água sem se colocar em perigo.
    • Ligue para os serviços médicos de emergência.
    • Comece a respiração de salvamento e a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e use um desfibrilador externo automático (DEA), se disponível.
    • Transfira os cuidados para um suporte avançado de vida, se necessário.

    Texto traduzido, leia o original em inglês.