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    ‘Ainda há possibilidade de desabastecimento da Coronavac’, diz epidemiologista

    Ex-coordenadora do PNI avalia que paralisação por falta de doses poderá acontecer no futuro; pelo menos 13 capitais já interromperam a imunização

    Produzido por Layane Serrano, da CNN em São Paulo

     

    Pelo menos 13 capitais brasileiras já anunciaram a paralisação parcial da vacinação por falta de doses. A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) e epidemiologista, Carla Domingues, analisa que a disparidade das campanhas em todo o Brasil torna o PNI não mais unificado nacionalmente, mas empregado de diferentes maneiras pelos gestores locais.

    “Se cada município não tiver um planejamento muito adequado — porque não temos mais um plano nacional e sim planos locais — a paralisação por falta de doses poderá acontecer no futuro (…) Nós temos, ainda, a possibilidade de ter desabastecimento da Coronavac. É preciso que os municípios se organizem e planejem efetivamente o número de vacinas que serão aplicadas na primeira dose, garantindo a segunda para que este atraso não aconteça novamente.”

    A epidemiologista acredita ser muito difícil estipular quando toda a população brasileira acima de 18 anos estará vacinada ou quando, pelo menos, 70% dos cidadãos terão recebido as doses, uma vez que ainda há previsibilidade de lentidão na produção por falta de insumos.

    “Nós temos que, efetivamente, olhar o cronograma de entrega das vacinas. Nós tivemos no primeiro trimestre de 2021 um grande desabastecimento da Fiocruz, da vacina da AstraZeneca. O Butantan conseguiu acelerar a produção, mas infelizmente agora está faltando IFA e vai desacelerar a produção.”

    Ela reforça que, enquanto não tivermos Butantan e Bio-Manguinhos entregando em torno de 15 a 20 milhões de doses por mês, cada um, será difícil acelerar a campanha nacionalmente. Sobre o novo acordo do Ministério da Saúde com a Pfizer, ela diz que, até agora, o que chegou foi pouco, mas que, no futuro, poderemos ver o impacto.

    “Até agora, nós vimos 1 milhão de doses, isso é muito pouco para o tamanho do Brasil, a gente precisa que a Pfizer também acelere as entregas e aí poderemos avaliar se lá para setembro será possível manter o cronograma”.

    Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização
    Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização
    Foto: Reprodução / CNN

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