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    Afirmação do presidente sobre máscaras é errada, diz infectologista

    'Só poderemos tirar as máscaras quando tivermos um pacto de vacinação, com pouca circulação do vírus e poucos casos', disse Carlos Fortaleza

    Da CNN, em São Paulo

    O presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Fortaleza, classificou, em entrevista à CNN, como “errada” a ideia apresentada nesta quinta-feira (10) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de desobrigar o uso de máscaras para vacinados e pessoas que já tiveram Covid-19.

    Nesta tarde, Bolsonaro afirmou que discutiu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual para quem já foi vacinado contra a Covid-19 e também para quem já a contraiu.

    Na avaliação do presidente, o uso de máscara deve ser obrigatório apenas para quem esteja infectado com a Covid-19.

    “A afirmação do presidente sobre as máscaras está errada. A máscara traz proteção superior das pessoas infectadas em relação a quem não está, mas é também essencial que outras pessoas usem quando se está em uma multidão, pois não sabemos quem está transmitindo o virus,” disse Fortaleza.

    “Só poderemos tirar as máscaras quando tivermos um pacto de vacinação, com pouca circulação do vírus e poucos casos. Não há dúvidas sobre essa questão,” disse Fortaleza.

    Apesar de pessoas que tiveram a Covid-19 desenvolverem anticorpos para a doença, esta proteção não é considerada definitiva, diante do risco de reinfecção e das variantes do novo coronavírus. A orientação dos órgãos de saúde é que mesmo pessoas que já tenham tido a Covid-19 precisam se vacinar contra a doença.

    Após os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela aos governos. Segundo a OMS, a dispensa desses cuidados pode acontecer quando não há mais transmissão comunitária da doença e não depende apenas da vacinação contra a Covid-19.

    Fortaleza disse também que o presidente se equivoca ao criticar as máscaras, e afirmou que “não há dúvidas” sobre a eficácia do item para o público em geral, não apenas aqueles que estão com a Covid-19. 

    “Só se pode falar em tirar as máscaras em países onde há grande parte da população vacinada, o que não é o caso do Brasil, onde há um percentual baixo de pessoas imunizadas. É um absurdo a colocação do presidente”, afirmou o infectologista.

    Jovem transita pelo Saara sem máscara
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    Foto: André Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo