‘Abrandar a epidemia com a vacina já é um grande benefício’, diz infectologista
Renato Grinbaum afirma que Brasil precisa se preparar para um crescimento no número de casos de contaminação pelo novo coronavírus
31 países já deram início à vacinação contra a Covid-19. Na América Latina, Chile, Costa Rica e México foram os primeiros e a Argentina começará na terça-feira (29). O infectologista Renato Grinbaum conversou com a CNN neste domingo (27) sobre o porquê de o Brasil ainda não ter dado início ao processo. Ele também afirmou que a vacinação é a única forma de diminuir os efeitos da pandemia.
“O Brasil sempre esteve à frente nas políticas de vacinação. Nós erradicamos a poliomielite e temos uma série de programas em que a saúde pública foi vitoriosa, e hoje nós estamos claramente para trás”. Grinbaum ressaltou ainda que iniciar a imunização será fundamental para amenizar a doença, mesmo que ainda não se chegue à imunidade de rebanho. “A gente não precisa ter a expectativa de erradicar esta epidemia, só de abrandá-la a vacina pode trazer um grande benefício”.
Grinbaum afirmou que em dezembro o Brasil aumentou severamente o número de casos de Covid-19 e em decorrência das viagens e encontros de Natal e Ano Novo, espera-se que a doença se espalhe ainda mais pelo país. “A expectativa é que a partir da segunda semana de janeiro nós tenhamos uma explosão de casos”. Ele teme que não tenham leitos disponíveis para todos.
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Grinbaum criticou a politização das vacinas e as recentes pesquisas que mostraram que uma parcela da população prefere não se vacinar. Ele deu um depoimento pessoal sobre seu trabalho ao longo de 2020 tratando pacientes com Covid-19 e disse que viu muitas tragédias, mas também muitos saindo vitoriosos.
Sobre o governo brasileiro e os cidadãos, ele diz ter “uma fé ainda de que as pessoas vão mudar de ideia, que elas vão abandonar o lado político da coisa e fazer o que todos os países do mundo estão fazendo, que é investir na vacina e lutar pela saúde da população”.
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A respeito da Coronavac, imunizante que está sendo desenvolvida no Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, ele explica que ela é uma vacina de uma tecnologia menos inovadora. “A vacina da Pfizer/BioNTech ou mesmo a vacina de Oxford são vacinas com tecnologias mais recentes. Cada uma delas tem as suas limitações. É bom que tenhamos várias vacinas porque cada uma vai ocupar um espaço diferente”.
O infectologista destaca que este imunizante da Sinovac tem efeitos colaterais muito baixos e que praticamente todas as pessoas podem tomar. “Talvez de todas, é aquela que tem maior segurança e menor número de efeitos colaterais”.
(Publicado por: André Rigue)