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    16 estados e o DF estão em colapso na saúde; MS e RO não tem mais vagas de UTI

    Estado no Centro-Oeste está na pior situação do país, com 106% de sua capacidade; apenas duas UFs tem menos de 80% dos leitos para pacientes com Covid-19 em uso

    Mariana Catacci e Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    Ao menos 16 estados e o Distrito Federal (DF) estão com seus sistemas de saúde em colapso nesta segunda-feira (22), ao se considerar a ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 

    De acordo com levantamento da Agência CNN, a pior situação é no Mato Grosso do Sul, que aparece com 106% de seus leitos de alta complexidade em uso – na sexta-feira (19), a taxa de ocupação era de 110%.

    Depois, aparece Rondônia, com todas as suas 340 vagas de UTIs para adultos em uso. De acordo com especialistas ouvidos pela CNN, taxas de ocupação acima de 90% configuram colapso do sistema de saúde porque não há mais margem para rotatividade dos pacientes.

    Esses dados foram registrados em meio a escalada de mortes e casos, no que foi o pior final de semana em número de mortes desde o início da pandemia, com 3.728 óbitos por Covid-19 em 48 horas.

    Com os dados divulgados, o país soma 294.042 mortes em decorrência da Covid-19 e 11.998.233 casos da doença.

    Entre as Unidades da Federação com mais de 90% das vagas de UTI preenchidas, 4 apresentaram discreta melhora na comparação com sexta-feira (19): o Paraná passou de 97% para 95%, o Tocantins de 95% para 93%, o Rio Grande do Sul de 100% para 98,4% e, por fim, o Ceará viu o uso de seus leitos recuar de 92,58% para 91,6%.

    O levantamento da Agência CNN indica ainda que 8 estados estão com mais de 80% dos leitos em uso, sendo que 6 deles estão mais próximos de entrarem em colapso do que de reduzirem o patamar de ocupação.

    Atendimento médico em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Covid
    Atendimento médico em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Covid-19
    Foto: Mister Shadow/Estadão Conteúdo

    Em todo o país, apenas o Amazonas, com 77,6% de ocupação, e Roraima, com 71%, não aparecem em situação crítica.

    É importante ressaltar que estados e municípios geram dados a partir de critérios diferentes, como a situação da rede pública e privada, a ocupação de UTI adulta, pediátrica e de Covid-19, assim como a taxa total que reúne todas as informações (e pode incluir, ou não, informações da rede privada de saúde).

    Estados com ocupação acima de 100% :

    • Mato Grosso do Sul – 106%
    • Rondônia 100%

    Estados (além do DF) com ocupação acima de 90% :

    • Acre – 99,1%
    • Rio Grande do Sul – 98,4%
    • Goiás – 98,28%
    • Distrito Federal – 97,1%
    • Pernambuco – 97%
    • Santa Catarina – 96,8%
    • Mato Grosso – 95,72%
    • Piauí – 95,4%
    • Paraná – 95%
    • Amapá – 94,23%
    • Espírito Santo – 93,82%
    • Tocantins – 93%
    • Ceará – 91,6%
    • São Paulo – 91,2%
    • Rio Grande do Norte – 90,44%

    Estados com ocupação acima de 80% :

    • Maranhão – 89,98%
    • Minas Gerais – 88,9%
    • Rio de Janeiro – 86,8%
    • Pará – 86,67%
    • Alagoas – 86%
    • Bahia – 86%
    • Sergipe – 84,3%
    • Paraíba – 82%

    Estados com ocupação abaixo de 80% :

    • Amazonas – 77,6%
    • Roraima – 71%

    **************
    CORREÇÃO:

    A versão inicial desse texto afirmava que o Mato Grosso era o estado com a maior ocupação de leitos de UTI no Brasil, com 132% de sua capacidade.

    Após a publicação da matéria, o governo estadual esclareceu que esse dado tem como base os 828 internados com Covid-19 e as 627 vagas em UTI consideradas pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) – dado divulgado em seu painel com estatísticas da pandemia

    No entanto, o estado também usa leitos pactuados que, atualmente, que não constam no cadastro do CNES, o que reduziria a ocupação para 95,72%.