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    Zambelli diz que fazia ativismo por nomeações no STF mesmo antes de ser deputada

    Em entrevista para a CNN, a deputada federal disse também que advogados de Moro fizeram perguntas de teor político em seu depoimento

    Da CNN, em São Paulo

    Uma das principais personagens no inquérito que investiga supostas tentativas de ingerência na Polícia Federal pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) deu nesta quarta-feira (13) depoimento sobre o caso e hoje (14) falou ao vivo com a CNN, dando sua versão da história. Ela afirmou que desde antes de assumir o cargo de deputada federal se envolve nas questões de nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Quando era ativista, indiquei a Michel Temer, pessoalmente, a indicação do doutor Ives Gandra Martins Filho. Expliquei meu histórico e que sempre me preocupei sobre os indicados ao STF. Nunca tive problema de dizer publicamente que existe vontade, não só minha, de que o ex-ministro Sergio Moro deveria ir para o Supremo”, disse a deputada.

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    Questionada sobre o vídeo da reunião ministerial que Moro citou como sendo uma das principais provas da tentativa de ingerência na PF por Bolsonaro, Zambelli falou que não viu a íntegra da gravação, mas disse acreditar que a divulgação das imagens irão favorecer Bolsonaro. 

    “Não tive acesso ao vídeo, mas o presidente recebeu aval para divulgá-lo pelos ministros. Porém, cabe à Justiça analisar o conteúdo. Acho que vai acontecer com esse vídeo a mesma coisa dos exames, ou a apresentação do print apresentado por Moro. Muita expectativa e, na hora de mostrar, irão perceber que não há nada lá”.

    Sobre o depoimento dado ontem à PF, a deputada falou que algumas perguntas feitas pela defesa de Moro acabaram não entrando na versão final do documento oficial, segundo Zambelli.

    “Nem tudo do depoimentos foi transcrito, pois houve momentos de tensão no depoimento. Os advogados do Moro começaram a perguntar sobre como eu tratava o ex-ministro, para parecer que eu não tinha intimidade com ele. Respondi dizendo que trato a todos pelo cargo em que ocupam. Então começaram uma série de perguntas que a AGU [Advocacia-Geral da União] entendeu como de teor político, como se eu frequentava eventos sociais no Planalto ou como eu avaliava o fato do presidente não ter vetado o juiz de garantias”.

    Bloqueada

    Ainda na tarde desta quinta-feira (14), Zambelli mostrou a jornalistas outros trechos de conversas entre ela e Moro, entre elas o que seriam as últimas mensagens trocadas entre eles antes de Moro bloqueá-la no WhatsApp.

    “A mensagem que mostrei foram minhas últimas que troquei com Moro, 20 minutos antes de ele entrar na coletiva para pedir demissão. Desabafei para ele sobre barrar Ramagem, e ele me bloqueou logo em seguida. Não tivemos mais contato”, afirmou.