YouTube anuncia que removerá vídeos com falsas alegações de fraude nas eleições de 2018
Segundo a empresa, serão retirados "informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores"
O YouTube anunciou nesta terça-feira (22) que irá remover vídeos que contenham falsas alegações de fraudes, erros, ou problemas técnicos nas urnas eletrônicas e nas eleições de 2018. Os vídeos que já estão publicados também serão removidos, de acordo com a plataforma.
Serão retirados, segundo o YouTube, “informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados. Essa política mostra o conteúdo exibido após as eleições presidenciais dos EUA em 2020 e após as eleições do ano passado na Alemanha. Agora, ela será aplicada às eleições presidenciais brasileiras de 2018″.
Vídeos noticiosos ou informativos que discutam a vulnerabilidade das urnas e ofereçam contextualização não serão derrubados. Um exemplo, segundo o YouTube, de um vídeo que será mantido: “uma reportagem sobre uma autoridade local afirmando que a eleição presidencial brasileira de 2018 foi fraudulenta continuaria no ar desde que ficasse claro que o vídeo estava apenas relatando essa afirmação, mas não endossando”.
Do mesmo modo que faz para vídeos relacionados à covid-19, o YouTube fornecerá um “painel de informações” em vídeos que falem sobre o voto eletrônico, com o oferecimento de links para informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista à CNN, a gerente de Políticas Públicas do YouTube no Brasil Alana Rizzo afirmou que a nova política tem um período de 30 dias para adaptação contados a partir de hoje, ou seja, páginas poderão se antecipar à plataforma e remover vídeos. Ela também informou punições para criadores que postem alegações falsas sobre as eleições de 2018 valerão para todos, “independente do número de seguidores e de visualizações”.
Como novidade para oferecer conteúdo de qualidade, o YouTube irá oferecer que o usuário vá para um painel de informações do TSE quando pesquisar termos como “urna eletrônica” na plataforma.
Quem já postou vídeos com informações falsas, no entanto, não corre o risco de ser banido da plataforma, pois a regra vale a partir desta terça-feira. Alana explicou que para um criador ser banido do Youtube, há uma política de “strikes” – uma progressão de até três punições até que a plataforma exclua o criador de conteúdo.
A gerente do YouTube no Brasil explicou que esta não deve ser a única alteração nas políticas de combate a desinformação no portal. “Essa mudança não é estática. A gente vai olhar o resultado e analisar, mais a frente, se serão necessárias novas regras. A desinformação vai sempre mudando”, afirmou Alana Rizzo.