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    Witzel mantém esperança de escapar do impeachment, agora no Tribunal Misto

    Governador afastado do Rio de Janeiro acredita que julgamento do Tribunal Misto será ‘menos político e mais técnico’

    Leandro Resendeda CNN

    A inédita e rara unanimidade da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) ao aprovar a continuidade do processo de impeachment não diminuiu o ânimo do governador afastado Wilson Witzel (PSC) para escapar da cassação – pelo contrário. A CNN ouviu de aliados que o governador está confiante de que reverterá sua grave situação política no Tribunal Misto que será formado nos próximos dias.

    Witzel está confiante porque acredita que o julgamento do Tribunal Misto será “menos político e mais técnico”, afirmam interlocutores. Espera, ainda, que surta efeito as boas relações cultivadas por Witzel no Judiciário – ex-juiz federal, ele diz ter boas relações, mantidas também durante seu breve mandato no Executivo.  A avaliação do governador do Rio, que já está afastado desde o final de agosto, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, é de que ele vai escapar porque, em tese, só precisa de dois votos de desembargadores para enterrar o processo.

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    Witzel será afastado por 180 dias se a maioria simples dos 10 membros do Tribunal Misto aceitar a denúncia aprovada pela Alerj.  Depois o julgamento segue, e, para ser cassado, são necessários dois terços dos votos – 7 componentes da comissão. O governador entende, então, que precisa convencer menos pessoas do que precisava durante o processo político.

    O governador e sua defesa também estão de olho no processo que a Alerj usará para escolher os cinco deputados que vão fazer parte do Tribunal Misto. Witzel estuda recorrer à Justiça para barrar eventuais deputados que na quarta-feira (23) já tenham se declarado favoráveis a saída do governador do cargo – a votação dessa quarta era apenas para que os parlamentares opinassem pelo seguimento ou não do processo.

    Antes da votação de quarta-feira, na Alerj, Witzel foi visitado por dois deputados estaduais, Bruno Dauiare (PSC), que chegou a ser líder do governo, e Giovani Ratinho (Pros). Ouviu deles que sua ida à Assembleia para se defender, prevista desde a semana passada, seria constrangedora. Witzel acatou e fez a defesa virtual.

    Na Alerj, pegou mal o fato de Witzel ter tentado compartilhar o fracasso de seu governo com os deputados. O esperado “mea-culpa” não veio, e também não foram feitas afirmações que pudessem colocar os parlamentares em desconforto “Não foi para briga aberta com o Legislativo, nem buscou reaproximação”, avaliou um ex-aliado, decepcionado com o tom usado pelo governador afastado.

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