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    Wilker Leão: saiba quem é o influenciador que ofendeu Bolsonaro em confusão

    Advogado e ex-militar do Exército Brasileiro faz vídeos questionando apoiadores do presidente da República

    Douglas Portoda CNN* em São Paulo

    O influenciador digital Wilker Leão ficou em evidência, nesta quinta-feira (18), após ofender o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seguida, o chefe do Executivo e comitiva tentaram tomar seu celular, em confusão na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília.

    Na ocasião, ele fez perguntas como: “Por que o senhor limitou a delação premiada?” e ofendeu o presidente, chamando-o de “Tchutchuca do Centrão”, “covarde”, “vagabundo” e “safado”.

    Ainda fez referências a Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal, legenda de Bolsonaro, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  “Valdemar Costa Neto, você se entregou para ele. O Lula é ladrão também, mas esse aí tá fazendo tudo o que o PT faz, senão o PT volta”.

    Leão, como mostra em suas redes sociais, era cabo do Exército Brasileiro. Questionada pela CNN, a força informou que ele foi militar temporário entre março de 2014 e fevereiro deste ano. Sua dispensa ocorreu por tempo máximo de permanência, que é de oito anos para quem entra pelo Serviço Militar Obrigatório.

    Em seu canal do YouTube, que possui 25 mil inscritos, descreve sua trajetória: “De 2015 a 2022 fui auxiliar da Assessoria Jurídica da Secretaria de Economia e Finanças do EB. De lá para cá tive muitas experiências com o Direito Militar e com a política interna da instituição, o que me permitiu adentrar em muitos temas polêmicos e relevantes acerca do militarismo, do direito e da política.”

    Em 2019, ele se formou em Direito pelo Centro Universitário Unieuro, de Brasília. Em maio, postou fotos em frente à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Distrito Federal, com sua inscrição de advogado.

    À época ele declarou: “Depois da experiência mais importante da minha vida, até então, no saudoso Exército Brasileiro, inicio agora a nobre missão da advocacia, buscando a justiça que almejamos em nossa sociedade, guiado pelos valores que cultivo desde a caserna e que hoje tenho a liberdade e, agora, as ferramentas adequadas para colocá-los em prática na jornada da mudança social pela qual anseio e para a qual eu posso contribuir fazendo a minha parte.”

    Em seus vídeos, Leão proclama ser “entusiasta do militarismo”. Em outro episódio, questionou Bolsonaro sobre uma declaração que os praças (soldados e cabos) “deveriam apenas fazer faxina”.

    O presidente respondeu alegando que ele deveria ter reclamado antes, enquanto fazia parte da entidade.

    Também faz indagações aos apoiadores do chefe do Executivo sobre vacinas, acordos políticos, suspeita de corrupção na Codevasf e quais foram os feitos da atual administração. Em muitos dos vídeos, ele é xingado e se envolve em confusões.

    Em entrevista à CNN, sobre o episódio desta quinta, Leão diz considerar a atitude do presidente como “inadequada”, mas afirmou que o final foi positivo.

    “A forma como ele se aproximou para tentar tomar o meu celular foi errada. Aí, ele viu que não conseguiu tomar o meu celular e ordenou que os seguranças pegassem”, disse. “Mas acho que o final foi positivo por tentar conversar, como deveria ter sido antes.”

    Por conta da repercussão do caso, ele revela estar preocupado com a reação dos apoiadores do presidente, mas disse que não deixará de ir ao cercadinho. “Amanhã, eu estarei lá. E depois também. Eu acredito que esse debate consegue elucidar pontos sobre esse governo que os apoiadores dele não entendem ou preferem ‘passar um pano’.”

    (*Com informações de José Brito e Brenda Silva, da CNN)