WhatsApp: decisão de lançar grupos para milhares de pessoas só após eleições foi da empresa
Representantes da plataforma se reuníram com o governo federal nesta quarta-feira (27) após pedido de Bolsonaro
O WhatsApp informou nesta quarta-feira (27) que o lançamento do recurso “pequenas comunidades” no Brasil só após o período eleitoral foi uma decisão tomada exclusivamente pela empresa, visando a “confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo”.
Em 14 de abril de 2022, o aplicativo da Meta anunciou a criação da ferramenta que unirá vários grupos em um mesmo espaço, conectando milhares de pessoas, mas destacou que ele só chegará ao Brasil após as eleições. Em nota divulgada nesta quarta, foi ressaltado que “essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
Mais cedo neste ano, em fevereiro, o TSE assinou um memorando com diversas plataformas digitais, entre elas, o WhatsApp, para combater a disseminação de notícias falsas durante as eleições. Na oportunidade, o CEO do aplicativo, Will Carhcart, se comprometeu a não implementar nenhuma mudança significativa antes deste período.
O acordo com a Justiça Eleitoral prevê um “chatbot”, que será um canal de denúncias para contas suspeitas de disparos massivos, e treinamentos para a equipe da Justiça Eleitoral.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o acordo do WhatsApp com o TSE, assim como a decisão de incorporar a nova funcionalidade em território brasileiro após o período eleitoral. À CNN, Bolsonaro afirmou que o governo marcaria uma reunião com representantes da empresa, encontro que aconteceu nesta quarta-feira.
De acordo com a nota do aplicativo, o desenvolvimento das “Comunidades” ainda está no início e em aprimoramento. Assim, o lançamento global “não acontecerá por vários meses”.
“Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro”, finaliza o texto.
*com informações de Ingrid Oliveira, Emanuelle Leones, Giovanna Galvani e Renan Fiuza, da CNN