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    Weintraub deixa o Brasil com ‘rastro de ilegalidade’, avalia professora

    Especialista analisou se ex-ministro pode ser extraditado

     

    Em entrevista à CNN, a professora de Direito Internacional Comparado da Universidade de São Paulo (USP) Maristela Basso afirmou que, ao deixar o país com o passaporte diplomático após sua exoneração, o ex-ministro Weintraub “deixa rastro de ilegalidade no Brasil e entra nos EUA cometendo crime de falsidade ideológica”. 

    “Weintraub deixou problemas para atrás aqui no Brasil e nos EUA ele não chegou nada bem. Ele se aproveitou de um passaporte que não mais representava o cargo que ocupa. Então, entrou nos EUA praticando alguns crimes, dentre eles, a falsidade ideológica. Nos EUA ele também violou a nova lei de tempos de pandemia, que permite entrada apenas de estrangeiros se forem diplomatas”, acrescentou ela.

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    Para Maristela, Weintraub poderia ter entrado com outro ‘status’ de visto, uma vez que já não ocupava o cargo mencionado no documento que portava.

    “Ele deveria então ter o visto correto de turismo, trabalho, investidor, enfim. Ele deixa para trás um rastro no Brasil de ilegalidade, há uma clara má fé na origem por parte do ex-ministro, ele já estava exonerado. Inclusive tinha feito o ritual de despedida da pasta, e o presidente segurou a publicação [da exoneração] até a possível entrada dele nos EUA”.

    Questionada quanto à possibilidade de Weintraub ter ido aos EUA em ‘missão diplomática’ devido ao cargo de diretor no Banco Mundial, Basso enfatizou que “essa alegação de defesa não faz sentido”.

    E acrescentou: ” Se essa fosse uma atitude de boa fé, Weintraub deveria ter entrado nos EUA com um passaporte diplomático específico para o cargo. Se ele foi oficialmente indicado para esta ‘vaga’, este arranjo foi bastante precipitado. Caso Bolsonaro retire o brasileiro que se encontra neste cargo e coloque Weintraub, o ex-ministro vai ter que se submter à eleição de outubro”, concluiu Basso.

    (Edição: Sinara Peixoto)