Weintraub cometeu fraude migratória ao usar visto diplomático, diz especialista
Leonardo Freitas avaliou o uso do passaporte diplomático feito pelo ex-ministro
Em entrevista à CNN, o especialista em imigração Leonardo Freitas afirmou que a ida de Abraham Weintraub para os EUA utilizando o passaporte diplomático no mesmo dia de sua exoneração configura fraude migratória.
“Existe uma questão que a pessoa que entra nos EUA tem que mostrar o motivo para a sua visita. Não sendo um cidadão norte-americano, hoje, esta pessoa estaria sendo impedida de entrar no país sem passar por uma quarentena de 14 dias. Isso foi burlado pelo passaporte e visto diplomático chamado de A2”, explicou.
Leia e veja mais:
‘Já vai tarde’, dispara Aloysio Nunes sobre exoneração de Weintraub
Ex-ministros da Educação avaliam gestão Weintraub e futuro da pasta
Deputados divergem sobre indicação de Weintraub para Banco Mundial
Ele acrescenta que o visto diplomático não concede imunidade plena. Ele funciona como visto parcial e é cancelado quando é publicado a exoneração no Diário Oficial, explica. “Configurada esse tipo de fraude, que já era sabido que o ministro seria exonerado antes de embarcar, ele mentiu ao entrar no país usando o argumento falso”, acrescentou ele.
Questionado sobre a possibilidade de deportação, o especialista ponderou. “Existe a possibilidade dele ser removido dos Estados Unidos. O processo leva um tempo para ser investigado, é levado em consideração o que foi dito para as autoridades alfandegárias no momento em que ele entrou e após isso se inicia o processo de remoção. O que pode causar a revogação do visto que ele tem para entrar no país e o impedimento permanente, podendo se estender aos seus familiares”, disse.
Ele pondera que Weintraub tem um prazo para se regularizar. “Quando falamos de um visto diplomático, quando é revogado, a função diplomática daquela pessoa, é encerrada. Neste caso, a pessoa teria um prazo de 60 dias para alterar o status, a categoria de visto, que não é o caso dele devido à declaração moral que ele fez. Isso deve ser investigado no país”, concluiu.
(Edição: Leonardo Lellis)