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    Wajngarten não descarta hipótese de hackeamento de registro de vacina de Bolsonaro

    Investigação da PF aponta que dados foram inseridos de forma fraudulenta no sistema do Ministério da Saúde

    Da CNN

    Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não descartou um eventual hackeamento do registro de vacina contra a Covid-19 do ex-chefe de Estado. Ele ressaltou que esse é um “tema antigo”.

    “O tema de potencial hackeamento do cartão de vacina do presidente é um tema antigo. Desde 2021 que constaria, em tese, um certificado de vacina em um dia em que ele estava em Brasília, e a vacinação teria acontecido em São Paulo”, lembrou o advogado.

    Wajngarten reforçou que Bolsonaro não se vacinou contra a Covid-19 e que “nunca acessou, nunca soube senha, nunca manuseou o gov.br”. “O [ex-]presidente Bolsonaro jamais acessou qualquer informação no ConectSUS dele”, afirmou, pontuando que ele não tinha conhecimento de possíveis outros acessos.

    Sobre viagem aos Estados Unidos e necessidade de apresentar comprovação de imunização, o representante disse que “não houve nenhum pedido, até porque, para o presidente da República, não há obrigatoriedade de nenhum certificado”.

    “Para os países onde exigiam qualquer teste, qualquer vacina, ou o [ex-]presidente fazia o teste antes da viagem ou declinava o convite”, complementou.

    Paulo Cunha Bueno, outro advogado de Bolsonaro, pontuou que a filha do ex-presidente tem comorbidade que a impediu de receber dose do imunizante. Observou também que é de interesse da defesa de que o depoimento seja feito “o quanto antes”.

    Operação da PF

    Operação Venire, deflagrada nesta quarta-feira (3), investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).

    Além da prisão de Cid e da busca e apreensão na casa do ex-presidente, também foram presos Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores de Bolsonaro que trabalhavam no Planalto, além do secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

    No total, foram cumpridos seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Todos no âmbito do inquérito das milícias digitais, do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Na decisão de Moraes é dito que a Polícia Federal apontou que Mauro Cid, o sargento Luis Marcos dos Reis, ex-integrante da ajudância de ordens, o médico Farley Vinicius Alcântara, o militar Eduardo Crespo Alves e o militar e advogado e militar da reserva Ailton Gonçalves Moraes Barros tentaram inserir dados falsos de doses de vacina contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde e cartões de vacinação falsos para Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel.

    “O prosseguimento da investigação identificou que a estrutura criminosa se consolidou no tempo, passando a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO, sua filha L. F. B. e os assessores do ex-Presidente da República, MAX GUILHERME MACHADO DE MOURA e SERGIO ROCHA CORDEIRO, além do próprio MAURO CESAR CID”, destaca o relatório.

    A investigação aponta que inserções teriam ficado a cargo do Secretário Municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. Para apagar os “rastros das condutas criminosas”, especialmente envolvendo Jair Bolsonaro e sua filha, houve participação de Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora do município.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN