Waack: Política parece ser a arte do malabarismo

Lula e Bolsonaro anunciaram hoje uma série de apoios às respectivas candidaturas. Tanto de partidos, como de detentores de cargos públicos, quanto de instituições, figuras da política, celebridades de variados setores.

Alguns apoios deixaram gente de boca aberta e queixo caído. E isso dentro das duas trincheiras da nossa política.

Como é que pode fulano, ou fulana, que estava até anteontem dizendo os maiores impropérios contra o candidato tal, vir agora a público dizer que o apoia? Como é que se pode acreditar em quem anteontem estava xingando quem hoje ele decide apoiar?

Pessoal, se vocês também ficaram de queixo caído com este ou aquele manifestado hoje a este ou aquele candidato por gente que você nunca acreditou que fosse capaz disso, então lembre que política é raramente uma atividade na qual a gratidão conta, lealdade é retribuída e coerência requerida.

Nessas horas, quando se trata de justificar o que parecia até ontem injustificável é que aparecem alguns princípios a serem mencionados ou, melhor ainda, razões de estado a serem obedecidas.

Ou alguém se lembra de dizer que política é a arte do possível. Do jeito que as coisas andaram, política parece ser a arte do malabarismo.

Uma atividade na qual só tem uma coisa feia: perder.