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    Eleições 2022

    Waack: Não se sabe o que Bolsonaro vai fazer; talvez nem ele mesmo saiba

    Mas o que o presidente está conseguindo é a formação de uma inédita frente ampla contra si mesmo

    William Waackda CNN

    O nome de Jair Bolsonaro (PL) não aparece na carta em defesa da democracia, divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), a famosa São Francisco.

    Mas é dele que fala esse manifesto em defesa do sistema eleitoral e das regras da nossa democracia.

    A carta tem uma expressiva adesão de personalidades dos mais variados segmentos e correntes políticas.

    Todos preocupados com as reiteradas ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral.

    A carta se inspira num documento de 1977, também organizado pela Faculdade de Direito da USP.

    Naquela ocasião, o texto denunciava a ilegitimidade do regime militar.

    O paralelo com Bolsonaro hoje é óbvio.

    Ao invés de uma festa cívica, diz o texto, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática.

    Perigo que o manifesto atribui aos ataques de Bolsonaro aos outros poderes e à insistência do presidente em desacreditar o sistema eleitoral.

    A carta manifesto veio a público no mesmo dia em que o secretário de defesa norte-americano, em visita a Brasília, reiterou o recado de Washington cobrando respeito ao sistema eleitoral brasileiro.

    No mesmo dia em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, avisou que não vai tolerar negacionismo eleitoral nem autoritarismo, numa clara referência a Bolsonaro.

    E às vésperas de mais um manifesto, desta vez a cargo de entidades empresariais, cobrando respeito à democracia.

    Não se sabe o que Bolsonaro vai fazer.

    Talvez nem mesmo ele saiba.

    Mas o que está conseguindo é a formação de uma inédita frente ampla contra si mesmo.

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