Waack: Lula começa amanhã a experimentar o semipresidencialismo
No nosso caso, com dois primeiros-ministros: os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa formalmente amanhã a experimentar esse sistema que nós brasileiros inventamos, o semipresidencialismo. No nosso caso, com dois primeiros-ministros: os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
Nesta quarta-feira (1º) eles serão eleitos por seus pares por dois anos. Semipresidencialismo já era um sistema que Lula enfrentou pela primeira vez há 20 anos.
E se define pelo fato do chefe de o executivo brasileiro, para o que ele quiser fazer de relevante, ter de se entender com um Legislativo cheio de poderes, que aumentaram substancialmente em especial nos últimos anos.
Esse semipresidencialismo turbinado traz para Lula uma dificuldade suplementar, além daquela descrita acima de ter de dividir o poder. É o fato de que o Legislativo que saiu das últimas eleições ter perfil de centro-direita, enquanto Lula começa seu mandato com índices de popularidade relativamente baixos.
A questão embutida aí não é a da formação de uma base de apoio parlamentar – coisa que se garante, como Lula está fazendo, distribuindo cargos e ministérios. O problema é a combinação de semipresidencialismo com forte oposição social ao governo, como acontece agora.
