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    Waack: Em política, como se sabe, é tão importante ser quanto parecer

    E o governo que parecia ser vítima de uma monstruosa armação – a insurreição bolsonarista do 8 de janeiro – fica parecendo ser parte da armação

    William Waackda CNN

    Uma boa parte de fazer política consiste em impor uma narrativa e impedir a do adversário.

    Por isso é tão devastadora para o governo a publicação, pela CNN Brasil, de vídeos nos quais o ministro responsável pelo GSI circula num ambiente de, digamos, no mínimo de complacência com os vândalos que atacaram os prédios dos três poderes no dia 8 de janeiro.

    Em outras palavras, nos vídeos o general Gonçalves Dias, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para proteger o presidente e o Palácio, parece inteiramente à vontade com os golpistas que tinham atacado o palácio.

    Em política, como se sabe, é tão importante ser quanto parecer.

    E o governo que parecia ser vítima de uma monstruosa armação – a insurreição bolsonarista do 8 de janeiro – fica parecendo ser parte da armação.

    Não, não estamos abraçando qualquer teoria conspiratória nem pondo culpa em ninguém.

    Estamos apenas registrando o impacto da divulgação desses vídeos para um governo que parecia dono inconteste de uma narrativa.

    E que terá de gastar enorme energia política para explicar o que o homem que foi posto lá por Lula para protegê-lo estava fazendo no meio dos arruaceiros bolsonaristas.

    O general foi uma típica escolha de Lula: uma amizade de mais de 30 anos, que trouxe ao general Gonçalves Dias várias promoções e o apelido de sombra – sombra do presidente. É essa sombra que Lula terá de pular agora.

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