Waack: A ideia de tirar o que se gasta com o Bolsa Família do teto não vingou
Em vez disso, aumentaram o teto; o resultado é praticamente o mesmo, embora seja difícil ainda calcular os números finais que dependem de uma série de dispositivos ainda a serem detalhados
Se você acredita que é gastando que o estado faz a economia crescer, bata palmas para o texto da PEC do estouro que passou hoje pela primeira etapa no Senado.
Os senadores endossaram uma proposta que eleva o teto de gastos em uns R$ 175 bilhões. A ideia de tirar o que se gasta com o Bolsa Família do teto não vingou. Em vez disso, aumentaram o teto.
O resultado é praticamente o mesmo. Embora seja difícil ainda calcular os números finais que dependem de uma série de dispositivos ainda a serem detalhados, mas que não alteram o princípio geral, ele importa muito.
É o princípio que norteou o relatório aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que vai agora a plenário com grande chance de passar como está. Esse princípio geral é conhecido como gasto é vida.
É a visão de que o estado gastando, sem ter de dizer de onde virá o dinheiro, criará consumo, empregos, renda, prosperidade e crescimento econômico.
Olhando para o que nossa sociedade criou nos últimos 30 anos, ela permitiu que os gastos públicos, especialmente com benefícios sociais, subiriam sempre em termos reais, todo ano.
É o que está embutido mais uma vez na PEC que está sendo aprovada. Vamos aumentar os gastos não só para atender os mais necessitados, mas também pela crença de que o estado gastando a economia cresce.
Geração após geração estamos esperando que isso aconteça.