Veto à reeleição de Maia e Alcolumbre prejudica pauta e joga pressão sobre MDB
Aliados de Maia e Alcolumbre avaliam que o veto deve piorar o 'humor' dos dois parlamentares, o que impediria a votação de propostas de interesse do governo
A decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, deve prejudicar ainda mais a pauta de votações do Congresso Nacional nesta reta final do ano. A decisão também joga pressão sobre o MDB.
Aliados de Maia e Alcolumbre avaliam que o veto à reeleição deve piorar o “humor” dos dois parlamentares, o que impediria de vez a votação de propostas de interesses do governo no Legislativo. Entre elas, os projetos de autonomia do Banco Central e o que incentiva a cabotagem (navegação entre portos) no Brasil.
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Nos bastidores, deputados próximos de Maia também já enterram de vez as chances de votar a reforma tributária na Câmara ainda em dezembro, como presidente da Casa queria. Ainda na semana passada, o relator da matéria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiu à CNN que ainda buscava acordo para o texto.
Já há parlamentares que colocam em dúvida até mesmo a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021. Antes da decisão do Supremo, na semana passada, Alcolumbre marcou a votação da proposta para 16 de dezembro. Sem a votação da LDO, o governo pode ficar impedido de executar o Orçamento no próximo ano.
Além do mau-humor dos presidentes da Câmara e do Senado, a avaliação no Congresso é de que a pauta de votações ficará em segundo plano na medida em que deputados e senadores que querem ser candidatos ao comando das duas Casas vão focar apenas nas articulações para tentar viabilizar seus nomes na disputa.
Pressão no MDB
O veto à reeleição de Maia e Alcolumbre também joga pressão sobre o MDB. Dono da maior bancada no Senado, o partido já avisou que vai se articular para tentar voltar ao comando da Casa. Os principais cotados são : Eduardo Braga (AM), Fernando Bezerra (PE), Eduardo Gomes (TO) e Simone Tebet (MS).
Essa articulação atrapalha os planos do presidente nacional e líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP). O parlamentar vinha se articulando para ser o candidato de Maia ao comando da Casa. Com uma possível candidatura competitiva do partido no Senado, ficaria mais difícil para Rossi se viabilizar na Câmara.