Vereadores de BH irão investigar se Kalil atuou contra construção do estádio do Atlético-MG
CPI também irá apurar indícios de que o ex-prefeito utilizou a máquina pública em benefício próprio começa nesta quinta-feira (2)
O ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), será investigado a partir desta quinta-feira (2) por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte (MG).
O colegiado irá apurar indícios de que o ex-prefeito da capital mineira atuou contra o andamento das obras do novo estádio do Atlético Mineiro, a Arena MRV.
A CPI também irá apurar as denúncias de que o ex-prefeito teria utilizado a máquina pública para favorecimento pessoal, destacando perdões de dívidas, entre as quais, a desistência da cobrança de uma dívida de IPTU e a extinção da execução de uma penhora de bens por parte da Procuradoria-Geral do Município.
No que diz respeito às dívidas perdoadas, os parlamentares irão investigar se Kalil atuou “em demandas em que figura como interessado, em clara violação do princípio da impessoalidade da administração pública”, segundo documento protocolado pedindo a investigação.
Em outra frente de investigação sobre as dívidas de IPTU, os vereadores irão detalhar se a Procuradoria-Geral do Município atuou contra a cidade ao extinguir um processo que já estava na fase de penhora e que terminou com a liberação dos bens de Kalil sem restrições.
Iniciada em 27 de dezembro, a comissão temporária tem o prazo máximo de seis meses e terá como presidente o vereador Wesley Moreira de Pinho (PP) e como relatora Fernanda Pereira Altoé (Novo). Os prazos para entrega das documentações solicitadas serão, em via de regra, de no máximo dez dias.
“A CPI vai analisar abuso de poder. Qualquer atuação de omissão, de excesso ou de desvio de função que possa ter gerado algum prejuízo do município. Ou alguma influência do município para prejudicar terceiros por questões pessoais”, destaca Altoé.
Atuação contra construção de estádio e nomeação de aliados
Segundo documento que pediu a investigação, “as contrapartidas impostas para a construção do novo estádio, que teriam gerado um custo adicional de mais de R$ 100 milhões, foram impostas de forma desproporcional, alegadamente motivada por disputa política interna.
Denúncias de que Kalil teria nomeado ex-funcionários do Atlético Mineiro para cargos comissionados na prefeitura de Belo Horizonte também serão analisadas.
“A nomeação indiscriminada de aliados políticos e de seus parentes, todos sem qualquer qualificação técnica para exercer as funções designadas na estrutura da Administração Pública, evidenciam a malversação do uso de cargos públicos para manter influência em entidade privada, representando interesses completamente alheios ao bem estar da população de Belo Horizonte”.
Resposta
O ex-prefeito Alexandre Kalil foi procurado pela reportagem, via assessoria de imprensa, mas não retornou.