Vereador diz que pedido de CPI não menciona padre Júlio Lancellotti e vai “avaliar melhor” se retira apoio
Vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, João Jorge (PSDB) é um dos parlamentares que assinou pedido de instalação da CPI das ONGs
Vice-presidente da Câmara de São Paulo, o vereador João Jorge (PSDB) disse à CNN que, por enquanto, vai manter sua assinatura no pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs.
Segundo Jorge, no documento que pede a instalação da CPI, não há referência ao padre Júlio Lancellotti, que seria um dos alvos da comissão de investigação, segundo o autor do pedido, o vereador Rubinho Nunes (União-SP). A CPI pretende investigar a atuação de organizações de apoio à população de rua no centro de São Paulo.
“Quando assinei, a CPI era para investigar ONGs com possível má gestão de recursos públicos”, argumentou o parlamentar, frisando que não havia menção ao padre, que realiza um trabalho social na região.
Agora, Jorge disse que vai “avaliar melhor” a sua posição sobre a CPI.
Pretendo rever minha posição. Quando tiver mais informações, posso retirar ou manter. Não vou tomar medida sem avaliar melhor, porque os trabalhos legislativos retornam apenas 1º de fevereiro
João Jorge
Até o momento, sete vereadores retiraram o apoio à CPI após Rubinho divulgar que o padre seria um dos focos da CPI. A justificativa deles para a retirada é de que a proposta não citava Lancellotti, mas o suposto mau uso de recursos públicos por ONGs.
A previsão é de que a comissão seja instaurada em fevereiro, após o recesso parlamentar. O vereador assegurou que o pedido ainda tem grande apoio na Câmara e que a CPI será instalada. Segundo Nunes, a retirada de assinaturas não afeta a CPI.
Contudo, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Colégio de Líderes, bloco composto por líderes da Maioria e da Minoria da Câmara, por maioria simples com 28 votos em dois turnos de votação.
*Sob supervisão de Nathan Lopes