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    Eleições 2022

    Vemos discussão de nomes e não de projeto de país, diz Marina Silva sobre 3ª via

    Ex-ministra do Meio Ambiente ainda afirma que para a sustentação de um programa para o país, é necessário que não se faça pacto político com o centrão

    Douglas Portoda CNN , em São Paulo

    A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede Sustentabilidade) afirmou, nesta sexta-feira (26), em entrevista à CNN, que no momento só existe uma discussão para a definição de quem será o representante da terceira via para concorrer à Presidência da República nas eleições de 2022 e não de um projeto para o país.

    “Na verdade estamos diante de um quadro político que é preocupante, porque tudo o que a gente vê são nomes, não se vê discutir projetos de país. O problema do Brasil é que nós estamos perdidos no debate que leva a discutir projeto de poder e não discutir o que fazer para acabar com a desigualdade, para no momento em que o mundo está vivendo de um novo ciclo de desenvolvimento econômico, respeitando o meio-ambiente, enfrentando o problema das mudanças climática, e esse debate ele não sendo feito”, afirmou Marina Silva.

    A candidata que representava a terceira via nas eleições de 2014, ficando na terceira colocação com 22,1 milhões de votos, 21,32% dos votos –perdendo para a então vencedora do pleito e ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), segundo colocado– ainda declarou que toda discussão política está em torno da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

     

    “Ou volta para o passado, ou enterra o Brasil com esse presente que a gente tem. Ou então é aquela discussão em torno do nome que será a terceira via”, continuou.

    Marina Silva ainda não definiu sua posição em relação às eleições de 2022, no entanto, afirma que para a sustentação de um programa para o país, é necessário que não se faça pacto político com o centrão. A ex-ministra indica que todos os governos entre Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Bolsonaro realizaram.

    “Para mim, o que tem de se debater é o país. E no campo do debate de uma alternativa de polarização, tem que se estabelecer qual é o pacto político de sustentação desse programa”, argumenta.

    “Porque não basta ter um programa sobre saúde, educação, desenvolvimento sustentável, recuperação econômica, quando o pacto de sustentação política continuar sendo o centrão. O centrão está em todos os governos de FHC, Lula, Dilma. Agora até o próprio ex-ministro [das Relações Exteriores] Ernesto Araújo disse que não é mais o centrão que é base do governo, mas o governo que é base do centrão”, finaliza.

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