Veja o que Lula pensa sobre 10 temas importantes para o país
Relembre declarações do presidente eleito sobre emprego, inflação, saúde e outros assuntos de interesse da população
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito neste domingo (2) para governar o país pelos próximos quatro anos. Durante o mandato, terá de lidar com questões de interesse dos mais de 215 milhões de brasileiros.
A CNN reuniu declarações do petista sobre 10 temas importantes para o Brasil. Veja a seguir:
Inflação
“O pequeno produtor vende a saca de 60 quilos de feijão por R$ 300 e se for comprar, ele vai pagar R$ 600 a mesma saca que vendeu a R$ 300. Onde está a inflação? Não é no salário. Onde que está a inflação? A inflação está no especulador, no atravessador, no sistema financeiro”, em evento na cidade de Guaranhuns, em Pernambuco, no mês de julho.
Educação
“A educação vai voltar a ser prioridade zero nesse país. Ou seja, nós vamos cuidar da educação, porque é a partir da educação que a gente vai transformar o povo brasileiro. Não existe possibilidade do mundo ter desenvolvimento se não houver educação, formação, qualificação das pessoas. E a educação é a base. Nunca, na história do Brasil, se colocou tanta gente pobre na universidade. E isso incomoda. Eu quero que todo mundo saiba que nós vamos voltar a colocar mais gente pobre na universidade, mais gente pobre para estudar o que quiser estudar. Nós não queremos ser só pedreiros, nós queremos ser engenheiros também”, em encontro com religiosos em São Paulo, após o primeiro turno.
Combate à corrupção
“A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a CGU para fiscalizar, que a gente criou a Lei de Acesso à Informação, a Lei Anticorrupção, a Lei Contra o Crime Organizado, a Lei Contra a Lavagem de dinheiro, a AGU entrou no combate à corrupção. Criamos o COAF para cuidar de movimentações financeiras atípicas e colocamos o CADE para combater os cartéis. Ou seja, foram todas as medidas tomadas no meu governo, além de que o Ministério Público era independente e a Polícia Federal recebeu do meu governo mais liberdade do que em qualquer outro momento da história”, em sabatina no Jornal Nacional, no mês de agosto.
Agronegócio
“O Brasil é o maior criador de gado do mundo. Maior produtor de proteína animal do mundo. Então nós temos que cuidar disso. Nós temos que cuidar disso com muito carinho. E nós precisamos cuidar disso sem derrubar uma árvore na Amazônia. Sem derrubar uma árvore no Pantanal. O que nós precisamos é aprender de forma civilizada que uma agricultura de baixo carbono vai ser muito mais rentável para o Brasil. E eu posso te dizer com todo o carinho. O homem do agronegócio, o produtor profissional, ele não derruba a mata. Quem derruba mata é transgressor”, em entrevista ao podcast Flow, em outubro.
Auxílio Brasil
“Vai continuar. Porque não há nenhuma razão para você deixar de pagar ao povo brasileiro. O que pode acontecer é a gente transformar, sabe? Numa política como o Bolsa Família. A vantagem do Bolsa Família é que era um banco, um plano que tinha um cadastro único, o governo não pegava a informação como eles pegam. (…) As pessoas tinham que colocar o filho na escola, o filho tinha que tomar vacina, se a mulher estivesse grávida, tinha que fazer os exames”, em conversa com a imprensa na cidade de Juiz de Fora, no mês de outubro.
Salário Mínimo
“Nós precisamos ter consciência que o salário mínimo de R$ 1.200 é muito pouco, é muito pouco. É importante que você que está me ouvindo saiba o seguinte: nós vamos continuar aumentando o salário mínimo. E nós vamos provar que isso não quebra a economia, que isso não traz a inflação de volta. Nós vamos provar que melhora a vida do povo”, em programa da propaganda eleitoral gratuita exibido no mês de setembro.
Saúde
“Se voltarmos ao governo, vamos ter que tratar a questão da saúde como a questão prioritária nesse país. Eles tiraram praticamente 12 mil médicos do Mais Médicos que estavam nos lugares mais longínquos do país, atendendo pessoas que não conseguiram ir a médicos durante anos, pessoas que morriam por falta de acesso a médicos, porque não tinham dinheiro para comprar um remédio. E o SUS tem competência de fazer distribuição de remédio extraordinariamente bem. (…) Fazer política social não é gasto, é investimento. A saúde precisa ser, efetivamente, tratada com respeito.”, em conversa com youtubers no mês de abril.
Combate à violência
“Sei que vocês estão preocupados com as milhões de armas espalhadas pelo país. Somente no ano passado foram vendidos quase 400 milhões de cartuchos. O atual presidente diz que quer todo mundo armado. O que ele não disse é que isso inclui o narcotráfico, as milícias e as demais organizações criminosas que agora podem montar seu arsenal com armas compradas legalmente devido à total falta de controle. Armas matam! E matam inocentes. Uma simples confusão acaba em tragédia. Mais mulheres são assassinadas. Você sai para trabalhar e seu filho encontra uma arma e num instante a tua família está destruída. É por isso que eu vou criar o Ministério da Segurança Pública com o Plano Nacional de Segurança. Quero uma polícia bem treinada e bem armada para derrotar o crime e proteger a sua família. Quero armas na mão da polícia e livros nas mãos do povo brasileiro”, em programa da propaganda eleitoral exibido no mês de outubro.
Criação de emprego
“Esse é um grave problema do Brasil, nós temos muita gente trabalhando na informalidade, muita gente fazendo bico, e as pessoas acham que isso é emprego; isso não é emprego. Emprego a gente tem que ter registro em carteira, direito a férias, descanso remunerado e um sistema de seguridade social. (…) Nós vamos retomar primeiro as obras na construção civil, por exemplo, Minha Casa Minha Vida nós vamos retomar, o Luz Para Todos nós vamos retomar. O estado vai ter que ter competência para incentivar o empresário a colocar dinheiro. Nós já fizemos isso uma vez em 2003 e nós vamos fazer com mais rapidez agora, porque a situação do povo está muito pior”, em visita à fábrica da Honda, em Manaus, no mês de agosto.
Combate à fome
“Não é difícil você acabar com a fome se estiver com disposição de acabar com a fome. Você precisa, primeiro, incentivar a produção de mais alimentos. Você tem que financiar mais a pequena e média agricultura, que é quem produz alimento nesse país. Depois, precisa garantir que as pessoas tenham dinheiro para comprar aquele alimento. Terceiro, precisa fazer a economia voltar a crescer. Não tem outro jeito, com a economia crescendo, quando você incentiva a economia a crescer, ela cresce. Você pega o crescimento e distribui para as pessoas, aumentando o poder aquisitivo das pessoas, aumentando a renda das pessoas”, em entrevista ao podcast Desce a Letra Show, no mês de outubro.