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    Eleições 2022

    Variável das pesquisas não está capturando desejo do eleitor, diz especialista

    O cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Adriano Oliveira analisou a diferença entre os resultados do primeiro turno e as pesquisas de intenção de voto

    Fernanda Pinottida CNN

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN, o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Adriano Oliveira avaliou os resultados do primeiro turno das eleições e falou sobre a diferença entre os votos e a previsão das pesquisas eleitorais. “Chegou a hora de os institutos de pesquisa assumirem seus equívocos”, disse Oliveira.

    Para o cientista político, “a variável de intenção de voto não está capturando o desejo do eleitor”. Ele levanta algumas hipóteses para explicar os resultados tão diferentes, dentre elas o voto envergonhado para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a migração dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) após uma aproximação entre o discurso do pedetista e o bolsonarismo.

    Oliveira avalia que o grande vencedor do primeiro turno das eleições foi Bolsonaro, mesmo tendo ficado em segundo lugar. A disputa no segundo turno deve ser intensa, já que o presidente da República recuperou fôlego e conseguiu eleger boa parte de seus candidatos nos estados.

    “Em termos simbólicos, Simone Tebet (MDB) também sai vitoriosa e pode se tornar uma liderança feminina na política brasileira”, ele explica. Já o cenário para Ciro é diferente. “Ele perdeu sua identidade de centro-esquerda ao ‘bolsonarizar’ o discurso e teve uma porcentagem de votos muito aquém do esperado”, afirmou.

    De acordo com as urnas, é possível que Bolsonaro tenha aumentado sua porcentagem de votos por herdar uma parte do eleitorado de Ciro Gomes.

    “É compreensível que os institutos de pesquisa errem nas intenções de voto para o Senado, dado o percentual de eleitores que não declaram voto e decidem isso às vésperas da eleição”, afirmou.

    “Mas em relação à eleição presidencial e estadual, os institutos de pesquisa precisam ter humildade, trazer novas perguntas, qualificar metodologia e discutir os equívocos para apresentar dados mais próximos da realidade”, disse Oliveira.

    O cientista político ainda acrescentou que devemos evitar o discurso de que pesquisa é  um “retrato de momento”, pois as pesquisas deveriam servir para entender o momento e construir previsões eleitorais.

    O erro dos institutos de pesquisa que mais impressionou Oliveira foram os resultados do presidente Jair Bolsonaro (PL), além da diferença na eleição estadual em São Paulo e em Pernambuco.