‘Vamos argui-lo sobre ordens de Bolsonaro’, diz senador sobre Pazuello na CPI
Humberto Costa (PT) afirma que habeas corpus 'prejudica em partes' a comissão, mas ex-ministro poderá responder questões que dizem respeito a outras pessoas
O senador Humberto Costa (PT-PE), um dos representantes da oposição na CPI da Pandemia, afirmou à CNN neste sábado (15) que o habeas corpus preventivo concedido ao ex-ministro Eduardo Pazuello “prejudica em partes” os planos para o depoimento, mas que ele ainda poderá responder sobre outras pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Costa relembra episódio em que o general Pazuello, ministro da Saúde entre maio de 2020 e março de 2021, afirmou obedecer o que o presidente da República lhe determinava sobre a pandemia.
“O senhor Pazuello era meramente um executor de ordens do presidente Bolsonaro e nós vamos argui-los sobre estas ordens”, afirmou o senador petista, que diz que inquirir Pazuello seria equivalente a uma oitiva do próprio presidente Jair Bolsonaro.
“Obviamente ele poderá não falar sobre assuntos que possam incriminar a si próprio, mas ele está obrigado a falar sobre a responsabilidade de outras pessoas. Responder questões que dizem respeito inclusive à própria assessoria do período em que esteve no ministério, bem como falar de outros atores, inclusive sobre o presidente da República”, afirmou.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu o habeas corpus preventivo pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU), para que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, pudesse não responder à parte dos questionamentos.
Humberto Costa explica que o general Eduardo Pazuello será submetido a juramento de testemunha e ficará isento apenas de comentar sobre processos que ele já responde na justiça. “O depoimento ficará prejudicado em parte, porque obviamente gostaríamos de ouvir do próprio Pazuello a justificativa sobre as decisões que ele tomou.”
Convocação de Carlos Bolsonaro
Em depoimento à CPI da Covid, o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, afirmou que houve uma reunião do governo com representantes da empresa e que entre os presentes estavam Carlos Bolsonaro, filho do presidente, e Felipe Martins, assessor de Bolsonaro. A respeito disso, Humberto Costa disse que é possível que ambos sejam chamados para depor.
“Já existem documentos prontos solicitando estas convocações e vamos discutir o momento político mais adequado”.