Valdemar descarta passar comando do PL e acerta novo cargo para Eduardo Bolsonaro
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro deve assumir, nas próximas semanas, área de articulação internacional do partido
O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, descartou nesta quinta-feira (17) passar o comando da sigla para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ).
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve assumir um cargo na legenda na área de articulação internacional.
“Eu não coloquei bem isso aí [deixar o comando do PL]. O que nós precisamos é aproveitar o Eduardo Bolsonaro porque ele é o político que mais trabalha dentro do partido”, declarou em entrevista à CNN.
No início de outubro, Eduardo havia dito que havia a possibilidade de assumir o comando da sigla, mas que o assunto ainda seria discutido com Bolsonaro.
Valdemar afirmou que o acerto para o novo cargo de Eduardo na sigla foi feito nesta semana. A posse do deputado deve ser realizada nas próximas semanas.
“Nós queremos colocá-lo numa área que ele faça esse trabalho que ele faz no Brasil, que ele cuide da área internacional para a gente. Já acertei com ele isso nesta semana. Ele é o mais qualificado, é trabalhador, é sério e tem muito prestígio com o nosso pessoal. Precisamos de uma pessoa que faça esse trabalho”, disse.
De acordo com Valdemar, as mudanças internas fazem parte de uma readequação considerando o crescimento da sigla.
“O partido cresceu. Nós precisamos de gente que tenha outras opiniões, além da minha, porque nós temos que discutir todos os assuntos com a nossa bancada sempre. Eduardo tem uma qualificação muito grande e merece essa atenção do partido”, disse.
A possibilidade de Eduardo assumir a presidência do partido foi ventilada principalmente por conta da dificuldade de articulação entre Valdemar e Jair Bolsonaro, que é o presidente de honra do PL.
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o contato entre os dois políticos. Valdemar e Bolsonaro estão sem poder se falar desde fevereiro, quando o dirigente partidário foi preso em uma operação da Polícia Federal (PF).
Na entrevista à CNN nesta quinta-feira, Valdemar admitiu que a medida imposta pelo Supremo prejudicou o partido durante a campanha das eleições municipais.
“Isso aí o Alexandre acertou porque prejudicou bastante o partido. Se o objetivo era prejudicar o partido, ele acertou. Porque eu não falar com Bolsonaro para mim é um desastre, porque já falando para mim é difícil resolver as coisas com Bolsonaro. Eu tenho que insistir com ele”, declarou Valdemar.
Confira a entrevista na íntegra:
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