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    Eleições 2022

    Tucanos resistentes a Doria cobram “plano de voo” para reduzir rejeição

    Grupo que apoiou Eduardo Leite se reuniu em jantar em Brasília

    Iuri Pittada CNN Brasília

    O grupo de tucanos que apoiou o governador gaúcho Eduardo Leite nas prévias do PSDB cobra um “plano de voo” do vencedor da disputa, o governador de São Paulo, João Doria, para melhorar o desempenho nas pesquisas de intenção de voto e reduzir a rejeição a seu nome – levantamento de fevereiro da Quaest/Genial mostra o pré-candidato tucano com 2% da preferência do eleitorado, e 61% dos entrevistados disseram conhecer e não votar em Doria.

    Em jantar realizado na noite de terça-feira (8) em Brasília, na casa do ex-presidente do PSDB Pimenta da Veiga, o grupo avaliou cenários para a disputa presidencial, incluindo a desistência da candidatura própria pelo partido – o que seria um fato inédito desde a fundação da sigla, em 1988 – e a adesão a outros nomes, como a pré-candidata do MDB, Simone Tebet (MS), ou a possibilidade de migração para outra sigla. O consenso é a descrença na viabilidade da candidatura do governador paulista, que precisa deixar o cargo até 1º de abril para poder disputar a corrida presidencial.

    “Não há qualquer encaminhamento sobre desembarque de candidatura ou saída do partido”, disse à CNN Eduardo Leite. “Conversamos e ponderamos sobre o cenário e perspectivas e iremos fazer a discussão internamente no partido. Todos desejam entender qual o ‘plano de voo’, o plano de ação que o candidato e sua equipe apresentam pra reverter o quadro adverso.”

    Participaram do jantar ex-presidentes do PSDB, como o senador licenciado Tasso Jereissati (CE), o suplente de senador José Aníbal (SP) e o deputado federal Aécio Neves (MG), entre outros congressistas. Dentro do partido, avalia-se que até um terço da bancada de 32 deputados federais pode deixar a sigla por resistirem a estarem associados à campanha de Doria.

    Entre os aliados do governador, a estratégia é minimizar a articulação dos opositores internos, além de reforçar a narrativa de que a prévia foi uma disputa legítima e o resultado deve ser reconhecido. “Desembarcam os que nunca embarcaram”, afirma o presidente do diretório paulista do PSDB e secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi. “Avança o projeto escolhido nas prévias democraticamente com a imensa maioria do partido.”

    Doria tem traçado planos para melhorar sua imagem dentro e fora do estado e, com isso, tentar melhorar os índices de intenção de voto nas pesquisas. O governador esteve duas vezes com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) desde quinta-feira e ouviu da congressista elogios à sua “garra e capacidade de gestão”, durante reunião do secretariado paulista, na manhã de segunda-feira. Mulher, evangélica e da região Nordeste, Eliziane tem um perfil considerado complementar ao de Doria, empresário bem-sucedido do Sudeste.

    Além de tentar minimizar os focos de resistência interna, aliados de Doria esperam buscar acordos não só com o Cidadania – que decide na terça-feira se vai se juntar ao PSDB em uma federação partidária –, mas também com o MDB. Para isso, porém, contam com uma decisão do Supremo Tribunal Federal que aumente o prazo para composição desse novo tipo de aliança.

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