Eleições 2022

TSE: Barroso abre 1ª sessão do ano com críticas a Bolsonaro e defesa de urna eletrônica

Presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, foi crítico ao que chamou de "atitude deliberada" do presidente Jair Bolsonaro (PL) de vazar informações sigilosas sobre o processo eleitoral
Anna Gabriela Costa, Julliana Lopes e Gabriela Vinhal, da CNN, em São Paulo e em Brasília
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu nesta terça-feira (1º) a primeira sessão do ano. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, falou sobre as eleições deste ano e reforçou a segurança do processo e das urnas eletrônicas.

Barroso foi bastante crítico ao que chamou de "atitude deliberada" do presidente Jair Bolsonaro (PL) de vazar informações sigilosas sobre o processo eleitoral.

"Ninguém fornece informações que possam facilitar ataques invasões e outros comportamentos delituosos. Tudo aqui é transparente, mas sem ingenuidades. Sempre lembrando que informações sigilosas que foram fornecidas à PF para auxiliar uma investigação foram vazadas pelo próprio presidente da República em redes sociais, divulgando dados que auxiliam milícias digitais e hackers de todo mundo que queiram invadir nossos equipamentos", afirmou Barroso.

O presidente do TSE acrescentou ainda que o presidente vazou a estrutura interna da TI do Tribunal Superior Eleitoral.

"Tivemos que tomar uma série de providências de reforço da segurança cibernética dos nossos sistemas para nos proteger. Faltam adjetivos para qualificar a atitude deliberada de facilitar a exposição do processo eleitoral brasileiro para ataques criminosos", disse.

O ministro Luís Roberto Barroso aproveitou a oportunidade, de abertura dos trabalhos em ano eleitoral, para reforçar a segurança das urnas eletrônicas e do processo de biometria.

Barroso levantou pontos que estão sendo discutidos neste momento nas redes sociais; como a possibilidade de ter um comprovante com o voto do eleitor na saída da sala, ele considera "inconstitucional", pois iria expor os votos.

"O STF considerou inconstitucional essa matéria. E para a justiça eleitoral, já não daria tempo de operacionalizar o desenvolvimento de um novo sistema. Fazer um protótipo da impressora, que não é uma urna pronta de balcão. Não daria tempo para fazer a licitação e produzir 500 mil impressoras. Retomar essa discussão constituiria tão somente uma tentativa deliberada de tumultuar o processo eleitoral. O país está precisando de debate de ideias e não da repetição de bobagens", disse Barroso.