Três semanas após início da campanha, 648 candidatos desistiram das eleições
Desistentes representam dois terços das 969 candidaturas consideradas inaptas pela Justiça Eleitoral


Três semanas depois do início oficial da campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conta 648 candidatos que desistiram de disputar as eleições de 2022.
A quantidade representa 66,8% – ou dois terços – do total de candidaturas inaptas, de acordo com dados parciais do TSE atualizados às 19h de segunda-feira (5).
A Justiça Eleitoral recebeu ao todo 29.094 pedidos de registro de candidatura, um recorde. Desse total, 969 foram consideradas inaptos.
Duzentos e noventa e quatro candidaturas – ou seja, 30,3% das inaptas – foram indeferidas pelo TSE, isto é, a candidatura foi julgada irregular por não atender às condições exigidas para a aprovação do registro.
Outras 11 foram canceladas, e 13 não foram conhecidas. Candidatura cancelada é quando o pedido inicial de registro foi posteriormente cancelado pelo partido, enquanto os não conhecidos dizem respeito a pedidos que não precisarão ser apreciados pela Justiça Eleitoral.
Outros três pedidos foram anulados em razão da morte dos candidatos. O candidato a deputado federal Ilson Baiano (Solidariedade-MA), de 51 anos, morreu de infarto no dia 13 de agosto, segundo a Câmara Municipal de Coelho Neto (MA).
O ex-prefeito de Buritis (RO) Adair Ferreira de Souza (Patriota), que também concorria a deputado federal, morreu aos 70 anos em 10 de agosto.
Antonio Weck (PSC-RS), de 58 anos, morreu em um acidente de trânsito no dia 23 de agosto.
O prazo para o envio de pedidos de registro de candidaturas terminou em 15 de agosto. E a campanha eleitoral começou no dia 16 de agosto.
Estão em disputa nas eleições de outubro os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual e distrital. O primeiro turno está marcado para 2 de outubro.
A análise dos pedidos
O processo de julgamento de pedidos de registro de candidaturas ainda está em andamento. As inaptas representam, por enquanto, 3,3% do total de pedidos de registros de candidaturas.
O prazo para os julgamentos termina na próxima segunda-feira, dia 12. Até lá, os pedidos devem ser julgados pelos tribunais regionais eleitorais, e as decisões precisam ser publicadas. É nesse dia em que se sabe quais campanhas estão em condições legais de disputar as eleições.
Ainda é possível recorrer caso a candidatura seja indeferida. O prazo também vai até 12 de setembro, 20 dias antes do primeiro turno, para todos os pedidos de registro de candidatura e eventuais recursos decorrentes do processo
Votos para candidatos inaptos
Embora haja um limite para o julgamento, a tramitação do processo pode atrasar devido ao número elevado de pedidos de candidatura. À CNN, Ricardo Vita Porto, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, afirmou que, na maioria das vezes, o prazo acaba sendo extrapolado.
Mesmo que o prazo seja cumprido, um político que teve a candidatura indeferida ainda pode acabar participando do processo eleitoral. Segundo o advogado, isso ocorre porque é praticamente impossível que o processo seja julgado em todas as instâncias a tempo das eleições.
“Por isso, há casos em que o candidato aparece como uma das opções nas urnas, mas os votos direcionados a ele acabam sendo invalidados posteriormente”, comentou Vita Porto.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos — Todas as mulheres que candidataram à Presidência
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Lívia Maria (PN), em 1989, foi a primeira candidata a presidente; ela ficou na 16ª colocação, com 0,26% dos votos válidos, no pleito que terminaria com vitória de Fernando Collor (PRN) no segundo turno • Reprodução
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Thereza Ruiz (PTN), em 1998, foi a segunda a concorrer. Ela obteve 0,25% dos votos válidos. Ela ficou na 10ª colocação em uma disputa de 12 candidatos - o vencedor foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), reeleito no primeiro turno • Reprodução
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Em 2006, a então senadora Heloísa Helena (PSOL) foi a primeira mulher a romper a barreira de 1 milhão de votos - ela, na verdade, conseguiu o voto de 6.575.393 dos eleitores (6,85% dos votos válidos) e ficou em terceiro lugar na eleição que seria vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeleito no segundo turno • JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO
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As eleições de 2006 também marcaram a primeira chapa 100% feminina da história das eleições brasileiras. A cientista política Ana Maria Rangel, candidata a presidente, e a advogada Delma Gama, candidata a vice, formaram a chapa do PRP e receberam 0,13% dos votos válidos • Reprodução
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Em 2010, Dilma Rousseff (PT), candidata do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a primeira mulher presidente na história do Brasil. No segundo turno, a petista recebeu 58,99% dos votos válidos e venceu o pleito contra José Serra (PSDB), conquistando a reeleição quatro anos depois, dessa vez contra Aécio Neves (PSDB). Dilma acabou sofrendo impeachment em 2016
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Marina Silva, então senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, concorreu pela primeira vez em 2010, repetindo a dose em 2014 e 2018, sempre por partidos diferentes. Pelo PV, ela ficou em terceiro em 2010 (19.33% dos votos válidos), e terminou na mesma posição em 2014, agora pelo PSB, com 21,32%. Em 2018, pelo partido que ajudou formar, a Rede, ficou na oitava posição (1% dos votos válidos) • Victor Moriyama/Getty Images
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O pleito de 2014 também teve a participação feminina de Luciana Genro (PSOL) - a terceira presidenciável naquele ano. Luciana foi a quarta colocada no primeiro turno, atrás de Dilma, Aécio e Marina, com 1,55% dos votos válidos • JF DIORIO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Candidata a presidente em 2022, Vera Lúcia (PSTU) já havia tentando o mesmo cargo em 2018, na chapa "puro sangue" com Hertz Dias - a dupla ficou em 11º lugar entre 13 candidatos, com 0,05% dos votos válidos. Nas eleições de 2022, ela formará chapa 100% feminina com a indígena Kunã Yporã (Raquel Tremembé), da etnia Tremembé, do Maranhão • Romerito Pontes/Divulgação
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A senadora Simone Tebet (MDB) foi confirmada candidata à Presidência e, dias depois, anunciou outra senadora, Mara Gabrilli (PSDB), como sua vice. É a primeira chapa 100% feminina da história de partidos que têm representação no Congresso • 25/05/2022REUTERS/Adriano Machado
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Sofia Manzano (PCB) foi a décima candidata à Presidência da história do Brasil. Ela concorrerá tendo como vice o jornalista Antonio Alves, também do PCB • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (MS) foi confirmada pelo União Brasil como a 11ª candidata à Presidência da história do Brasil; seu nome para vice é o economista Marcos Cintra, do mesmo partido • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO