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    Torres não está sendo “tratado com o processo legal”, diz senador após visita na prisão

    Para Izalci Lucas, ex-ministro não oferece “risco nenhum e continua preso”

    Lucas MendesMarina Demorida CNN , em Brasília

    O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse neste domingo (7) que o ex-ministro Anderson Torres “não está sendo tratado com o processo legal”, ao criticar o tempo em que ele está preso.

    “O que a gente percebe claramente é que ele não está sendo tratado com o processo legal. Ninguém fica mais do que 90 dias [preso] se não tiver provas contundentes. Ele não oferece risco nenhum e continua preso”, declarou.

    Conforme o senador, Torres está há quase quatro meses sem ver seus filhos e seu estado emocional é “muito grave”.

    A fala foi feita em frente ao batalhão da Polícia Militar, onde Torres está preso desde janeiro. Além de Izalci, o ex-ministro recebeu na manhã deste domingo a visita dos senadores Jaime Bagattoli (PL-RO) e Eduardo Girão (Novo-CE). Sua esposa, Flávia Sampaio Torres, também foi visitá-lo.

    Foi a segunda leva de congressistas autorizados a encontrar o ex-ministro na prisão.

    No sábado, foram visitar Torres o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e os senadores Eduardo Gomes (PL-TO), Magno Malta (PL-ES), Márcio Bittar (União-AC) e Jorge Seif (PL-SC). Na ocasião, Seif disse que o ex-ministro está magro, barbudo e abatido. “O cara está na lama, detonado”, afirmou.

    Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro no 4º Batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal, por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro.

    Na época, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é relator na Corte das investigações sobre os ataques.

    A visita dos senadores ocorreu após aprovação de Moraes. A autorização refere-se apenas a 38 senadores e não pode ser estendida a terceiros.

    As visitas devem ocorrer em grupos de até cinco senadores, aos sábados e domingos, desde que previamente agendadas com o comando do batalhão. Moraes autorizou a visita dos seguintes senadores:

    Rogério Marinho, Styvenson Valentim, Oriovisto Guimarães, Tereza Cristina, Luiz Carlos Heinze, Zequinha Marinho, Izalci Lucas, Rodrigo Cunha, Jaime Bagattoli, Carlos Viana, Cleitinho, Laércio Oliveira, Ciro Nogueira, Esperidião Amin, Eduardo Gomes, Carlos Portinho, Plínio Valério, Chico Rodrigues, Jayme Campos, Magno Malta, Damares Alves, Hamilton Mourão, Efraim Filho, Eduardo Girão, Alan Rick, Professora Dorinha Seabra, Wellington Fagundes, Astronauta Marcos Pontes, Jorge Seif, Mecias De Jesus, Hiran Gonçalve, Vanderlan Cardoso, Lucas Barreto, Wilder Morais, Márcio Bittar, Sérgio Moro, Dr. Samuel Araújo e Irajá.

    Moraes vetou a visita dos senadores Marcos do Val e Flávio Bolsonaro, “tendo em vista a conexão dos fatos apurados no presente Inquérito com investigações das quais ambos fazem parte”.

    Na segunda-feira (8), Torres tem marcado um novo depoimento à Polícia Federal, no inquérito que apura operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022. Ele falará na condição de declarante, porque não é formalmente investigado pelo caso.

    A defesa de Torres tenta revogar a prisão preventiva. Argumenta, principalmente, que ele não oferece risco para as investigações e que seu estado de saúde mental tem se deteriorado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da revogação, e pela monitoração por tornozeleira eletrônica.

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