Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Eleições 2022

    Testemunhas dão versões distintas sobre possível premeditação de crime em Foz

    Amigo de Guaranho declarou à polícia que o assassino viu imagens da festa através de um aplicativo; esposa vê "coincidência" em ida à festa de petista

    Caio Junqueira

    Depoimentos obtidos pela CNN apontam divergências de versões sobre uma possível premeditação do crime cometido pelo policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que assassinou o dirigente do PT Marcelo Aloizio Arruda no último sábado (9) em Foz do Iguaçu, no Paraná. Há relatos contraditórios  das testemunhas sobre se Guaranho teria visto ou não as imagens da festa com tema do PT antes de ir até o local.

    Um amigo de Guaranho declarou à polícia que o assassino viu imagens da festa antes de ir até lá.
    “Durante o churrasco, lá na associação, eu estava próximo ao churrasqueiro junto com o Guaranho e fui ver as imagens e ele viu também, com certeza. Ele continuou fazendo as coisas dele. O Guaranho ficou lá durante todo tempo, só saiu para buscar a esposa”, afirmou.

    Guaranho e o amigo participavam de um churrasco na Assemib (Associação dos Empregados da Itaipu Binacional Brasil) na noite do crime.

    “Eu que pedi para acessar as câmeras [de segurança da Aresf], tenho o aplicativo no celular. Eu vi a sala de jogos e a imagem de frente, que aparece o bolo e a decoração. Vi que era uma festa, mas não sabia que era temática, fiquei sabendo quando vi a imagem. Eu abri, vi a imagem e comentei com o pessoal. O Guaranho estava atrás de mim e viu, mas ele continuou normal. Ele continuou fazendo o churrasco normal. Não sei dizer quem estava perto nessa hora. Eu acessei as imagens mais de uma vez”, declarou.

    De acordo com ele, as imagens foram vistas “mais ou menos às 20h30 e 21h”.

    À polícia, a esposa do assassino disse que a ida de Guaranho ao local da festa, a Aresf (Associação Esportiva Segurança Física Itaipu), teria sido “uma coincidência” e quando chegou lá foi insultado primeiro pelo aniversariante.

    “Nunca vi essa pessoa. Não conheço nenhum deles. A gente não sabia que estava ocorrendo o evento e não foi ato político. Simplesmente foi uma coincidência que ocasionou isso. Pelo que eu vi, o Marcelo que era mais fanático e pró-Lula”, disse.

    “Ele não tinha acesso a nenhuma câmera”, afirmou.

    Lei a íntegra do relatório

    Ela disse ainda que a vítima que primeiro xingou seu marido. “Ele não é fanático pelo Bolsonaro. Enquanto ele estava fazendo a ronda pelo condomínio, ele estava escutando a música ‘o Mito chegou’. Nosso carro não tem volume alto, eu até estava com o bebê atrás. Eu vi que estava acontecendo um evento e ele disse: ‘será?’. Quando ele desceu para fazer a volta, um cara lá de dentro falou: ‘quem é você cara pra ficar ouvindo a música desse fdp?’. Aí ele voltou e falou ‘Bolsonaro mito’. Também falou que ‘ele ficou bravo porque falaram que tinham muitos policiais lá’. Segundo ela, Guaranho mostrou a arma quando o Marcelo jogou terra no carro.

    Ainda de acordo com a mulher, “Guaranho ficou muito irritado” e “pessoas de dentro da festa jogaram pedra e terra no carro”. “Eu abri a porta e falei ‘por favor, moço, eu estou com o meu bebê’. Aí meu marido acelerou o carro e foi embora”, afirmou. “Ele ficou bem exaltado. As pessoas da festa começaram a gritar e ameaçar”, completou.

    A esposa também declarou que seu marido “ficou indignado com a situação”. “Ele não esperava que iam receber ele desse jeito. (…) Ele ficou indignado porque ele é uma pessoa muito família”. A mulher disse que “implorou para ele [Guaranho] não voltar na festa, mas ele queria tirar satisfação”. Também declarou que o marido é de direita. “Ele é de direita, é pró-Bolsonaro, mas nunca fez nada. Ele posta coisas normais.”

    Nesta sexta-feira, a Polícia Civil do Paraná descartou motivação política no assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda no último fim de semana.

    Vídeos mostram momento em que assassino invade festa em Foz do Iguaçu:

    Tópicos