Tesoureira do Aliança diz que partido vai expulsar membro que financiar ataques
Advogada de Jair Bolsonaro afirmou que partido é contra o financiamento de atos antidemocráticos investigado pela Polícia Federal
A advogada Karina Kufa, representante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou se algum membro do Aliança pelo Brasil estiver envolvido em financiamento de atos antidemocráticos contra qualquer instituição será expulso.Em entrevista à CNN nesta terça-feira (16), a advogada comentou a ação realizada pela Polícia Federal nesta terça-feira, que cumpriu buscas e apreensões na casa de acusados em colaborar com atos antidemocráticos.
“O partido já fez declarações contra qualquer ato antidemocrático, contra qualquer manifestação violenta, essa é a posição do partido Aliança pelo Brasil. Claro que não temos como analisar a conduta de cada pessoa. Foram 21 pessoas que sofreram a busca e apreensão, e pelo Aliança vemos o Sergio Lima, que é nosso publicitário, o vice-presidente Luís Felipe Belmonte e o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Se algum integrante está financiando ataques às instituições, qualquer uma que seja, obviamente não será aceito no partido e faremos a expulsão se for membro.”
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Karina Kufa, tesoureira do partido, afirmou que já conversou com dois integrantes, mas ainda não teve a oportunidade de ouvir o posicionamento de Belmonte. “O Sergio e o Daniel disseram que não têm preocupação nenhuma, que nunca financiaram atos antidemocráticos”. Anunciado por Bolsonaro em 2019, o Aliança pelo Brasil ainda está em processo de formação e registro perante a Justiça Eleitoral.
“Hoje temos só dirigentes nacionais. Os apoiadores não têm vínculo com partido, o partido ainda está em construção. Enquanto não tiver análise do estatuto e checagem das assinaturas exigidas para criar o partido, não temos como filiar ninguém, é só um pessoa que manifesta a intenção de integrar mais um partido no Brasil”, afirmou.
“Se houve algum excesso, que cada um seja responsável pelos seus excessos. Vimos ataques ao Palácio do Planalto, queimando bandeira, todos os atos devem ser apurados, para que sejam mantidas as manifestações democráticas, mas sem excesso e sem desrespeito às instituições”, acrescentou.
Ações contra Bolsonaro
A advogada Karina Kufa falou sobre a manifestação em relação às provas apresentadas contra Bolsonaro, no processo que julga a chapa Bolsonaro-Mourão referente à campanha eleitoral de 2018.
“Nossa manifestação não foi contra as provas em si, até porque não tem nenhum temor em relação às provas. É uma questão processual que deve ser respeitada. Esse processo corre há quase dois anos, já tem parecer do Ministério Público pelo arquivamento. O pedido não tem o menor sentido. Mesmo se houvesse provas, os autores dessa ação tiveram quase dois anos para apresentarem provas e não apresentaram. Quando está para ser julgado, vem apresentar?”, indaga.
A advogada considera as ações “esdrúxulas” por se basearem conteúdo jornalístico e uma página nas redes sociais. “São ações esdrúxulas, que não deveriam nem ter prosseguimento. Eu, como advogada, teria vergonha de continuar essas ações: uma foi baseada em matérias jornalísticas, outra em uma página do Facebook, como capaz para cassar um mandato de presidente. Todas as ações que estão ai transcorrendo há quase dois anos, sem nenhuma prova”.
Karina acrescenta a necessidade de um julgamento com embasamento jurídico, em vez de político. “Nenhum tribunal, nenhum órgão da Justiça tem uma decisão política, quem tem é o legislativo, todos sabemos que o impeachment e uma CPI são atos políticos, no judiciário não podemos jamais dizer que há um ato político e sim jurídico, confiando na justiça esses processos devem ser julgados de forma célere”.
(Edição: Leonardo Lellis)