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    Tenente-Coronel Zucco diz não ter “nada preocupante” em bloco de notas apreendido pela PF na casa de Bolsonaro

    Deputado saiu para pescar com o ex-presidente e o vereador Carlos Bolsonaro e disse que os dois voltaram de jet ski para o imóvel logo que informados sobre a chegada dos policiais

    Manoela CarlucciMaria Clara Matosda CNN* , São Paulo

    O deputado Tenente-Coronel Zucco (PL-RS) estava com a família Bolsonaro, em Angra dos Reis (RJ), no momento em que agentes da Polícia Federal (PF) realizaram a operação contra o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), na manhã desta segunda-feira (29).

    A PF apreendeu o celular e um notebook de Carlos, além de um tablet e um notebook do assessor e um bloco de notas.

    No caderno, afirma Zucco, há anotações sobre uma live realizada na noite anterior pelo ex-presidente e seus filhos – além de Carlos, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (ambos PL-RJ).

    As anotações – disse o parlamentar gaúcho – serviram como roteiro para a transmissão feita nas redes sociais: “Vamos falar sobre as eleições 2024, vereadores e cidades. Não tem nada de preocupante nas anotações”, declarou o deputado.

    Zucco avalia a apreensão do bloco de notas, do tablet e notebook do assessor como “inadmissível”, uma vez que – segundo ele – “não tem relação com o mandado de apreensão”.

    Jet Ski

    O deputado afirmou que ele, Bolsonaro, Carlos, assessores e alguns seguranças saíram para pescar por volta de 05h50. O grupo ficou algum tempo sem comunicação enquanto estava no mar. Por volta das 09h40 – explicou Zucco – os celulares voltaram a funcionar. A informação sobre a presença dos agentes da PF chegou por meio de Fábio Wajngarten, advogado e assessor de Jair Bolsonaro.

    O parlamentar negou que eles tenham saído da casa no momento em que as viaturas chegaram, como chegou a ser ventilado logo que a operação veio a público. Ele reforçou que o grupo saiu da residência duas horas antes da PF aparecer no local.

    Ainda segundo o deputado, no instante em que souberam, o ex-presidente “pegou o jet ski e foi indo na frente” junto ao seu filho Carlos Bolsonaro.

    O deputado Eduardo Bolsonaro utilizou as redes sociais para se pronunciar sobre a operação: “Graças a nossa maravilhosa imprensa, hoje assistimos ao 1º caso de fugitivos, que voltam para se encontrarem com a polícia, quando descobrem que a polícia chegara em sua casa…”, publicou.

    Depoimento

    A PF convidou Carlos Bolsonaro a prestar depoimento. À CNN, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que seu filho vai prestar depoimento nesta terça-feira (30).

    A defesa do vereador, no entanto, disse que o depoimento não se refere às buscas e apreensão realizadas nesta segunda-feira. Segundo o advogado Antônio Carlos Fonseca, a oitiva foi marcada há algumas semanas e se refere a uma publicação feita por Carlos em agosto do ano passado. O inquérito também está em segredo de Justiça.

    Sobre a operação

    As buscas de hoje dizem respeito à Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que tem como objetivo de investigar o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante gestão do ex-diretor-geral do órgão Alexandre Ramagem.

    A decisão que autorizou a operação foi assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O documento informa que a PF “aponta a identificação de organização criminosa, nos moldes do art. 2º da Lei nº 12.850/2013, com intuito de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades públicas”, invadindo aparelhos e computadores “sem a necessária autorização judicial”.

    Sobre a apreensão de um suposto computador da Agencia Brasileira de Inteligência (ABIN) em posse de Carlos Bolsonaro, Zucco diz ser mentira: “não existe notebook”, afirma.

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