Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    “Temos que ter programas de ações climáticas em cada estado”, diz Renato Casagrande

    Em entrevista à CNN, Casagrande detalhou "consórcio verde" de governadores e opinou sobre imagem do Brasil na COP 26

    Giovanna GalvaniLayane Serranoda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (22), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), defendeu que exista um programa de ações climáticas para cada estado visando principalmente o combate às mudanças climáticas.

    O debate vem no contexto da proximidade da COP 26, conferência do clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que terá início no começo de novembro em Glasgow, na Escócia.

    “Não podemos substituir o governo federal, mas podemos pressionar”, disse Casagrande, que nomeou o consórcio “Brasil Verde”, formado por 22 estados para discutir temas ambientais, como uma “novidade no modelo de governança” em pautas climáticas.

    Apesar de não existir expectativa do grupo de governadores se apresentar à COP como um grupo único, Casagrande vê maior adesão dos governadores a se posicionarem enquanto lideranças interessadas e engajadas no assunto – o que beneficiaria o todo, analisa.

     

     

    “O debate sobre o consórcio animou os governadores a estarem presentes na COP. Isso vai possibilitar que a gente conheça as instituições e que os governadores ajudem o Brasil a alcançar suas metas para salvar o planeta”, disse.

    “É a primeira vez que os estados se articulam em incentivo à energia renovável, ao reflorestamento, a obras de adaptação e medias de fiscalização florestal”, afirmou. “É preciso que a gente faça pelo Brasil pela riqueza de biodiversidade que temos.”

    Em contraste, o governador avalia que “o Brasil será muito questionado na COP” devido aos índices de aumento no consolidado do desmatamento na Amazônia e em outros biomas, além de metas que não foram esclarecidas com planos de ação contundentes.

    “O problema do Brasil hoje é que as palavras só não convencerão. O Brasil não tem exemplo para levar em relação a Amazônia, ao Pantanal, a redução do desmatamento. Em um ano, tivemos 8700 km² de floresta destruída, os incêndios aumentaram. Estamos com essa dificuldade para o debate”, disse.

    O governador também comentou sobre expectativas envolvendo a regulação do mercado de carbono, uma das principais pautas da COP neste ano e assunto de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados.

    Para ele, com ambas resoluções sobre o assunto, o Brasil pode se tornar um “grande articulador de investimentos para financiar projetos que tiram carbono da atmosfera”.

    “Não podemos ser negacionistas”

    Renato Casagrande afirmou que as lideranças globais precisam, no momento, seguir as ambições projetadas no Acordo de Paris, firmado em 2016, para lidar com temas “que vão ficar para sempre para nós se quisermos condições de equilibrar a vida do planeta”.

    O governador avaliou que as mudanças já afetam e devem agravar ainda mais a situação de populações mais pobres, que vivem com “necessidades urgentes” como falta de água, fome e moradias precárias em zonas de risco.

    “Não existe hoje uma pressão popular, esse tema não mobiliza massas, mas existe pressão de opinião publica e responsabilidade dos governantes”, afirmou. “Esse é um tema que exige responsabilidade, não podemos ser negacionistas e desconsiderá-lo”.

    Tópicos