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    À CNN, Tebet defende rever vitaliciedade no STF e condiciona auxílio a reformas; assista

    Em entrevista à CNN, a candidata à Presidência ainda defendeu a manutenção do teto de gastos flexibilizado e minimizou o apoio de emedebistas a Lula

    CNN

    A candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, afirmou que é necessário reduzir as competências do Supremo Tribunal Federal (STF) e rever a vitaliciedade do cargo de ministro. A senadora disse que o STF não deve atuar como uma Corte criminal.

    As declarações foram dadas nesta segunda-feira (29) durante o WW, da CNN. Nesta semana, o apresentador William Waack realiza uma série de entrevista com os candidatos à Presidência.

    Segundo Tebet, o ativismo judicial é culpa da política.

    “[É preciso trazer] novamente a constituição como nossa Bíblia jurídica e política, inclusive discutindo o tamanho do papel do Supremo Tribunal Federal, vamos ser bem objetivos em relação a isso. […] Vitaliciedade. Será que não seria ideal um mandato de dez anos? Vamos tirar o papel de Corte criminal do Supremo. O Supremo não tem papel de Corte criminal. O papel do Supremo é o papel de analisar a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de atos e de leis.”

    Sobre a operação da Polícia Federal autorizada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, Tebet disse entender que o tribunal “está no seu direito de buscar investigações rigorosas para saber se há algum tipo de tentativa de golpe, seja de quem for”.

    Nesta segunda (29), Moraes divulgou a decisão que autorizou a busca e apreensão contra oito empresários bolsonaristas na semana passada. O documento cita um pedido feito pela Polícia Federal pela operação, baseado em conversas de Whatsapp.

    No campo da Economia, Tebet defendeu a necessidade de condicionar o pagamento das parcelas do Auxílio Brasil, de R$ 600, à realização de reformas estruturantes.

    Além disso, a senadora também defendeu que a “poupança jovem”, programa que repassaria R$ 5 mil para jovens após a formatura no ensino médio, fique fora do teto. O dinheiro seria depositado progressivamente e só poderia ser resgatado após a formatura. “É um estimulo”, diz a candidata, que cita o aumento dos jovens “nem-nem” (não estudam e não trabalham).

    A senadora disse que é preciso manter a responsabilidade fiscal. Segundo ela, o teto de gastos precisa ser mantido, com flexibilizações.

    “O teto de gastos é a única âncora fiscal que sobrou no país. O teto fica. A gente excepcionalmente, colocando regras, estabelece, para o ano que vem, que a gente precisa realmente tirar do teto o extra para garantir comida para quem precisa. [É preciso] condicionar à reforma tributária e administrativa a questão dos gastos para compensar e garantir, pelo menos, os R$ 600 para quem está passando fome. […] Isso está precificado pelo mercado”

    Tebet disse que faltou vontade política do governo para aprovar a reforma tributária. A senadora ainda criticou a “ingerência” do Executivo sobre a decisão dos presidentes da Câmara e do Senado.

    A candidata reprovou o modelo de repasse de recursos a estados e municípios por meio de emendas do relator. Segundo ela, “100% do dinheiro” do orçamento secreto não chegou na ponta.

    “Meia dúzia manipula metade desse dinheiro. Eu aposto com você que esse dinheiro não chegou lá na ponta, que tem nota fria, falsificada, e 100% desse dinheiro não chegou na ponta e foi para o bolso de alguém. Quando você dá transparência absoluta nesse orçamento secreto, você vai ver quem é que indicou, para onde foi o dinheiro.”

    A candidata do MDB ainda comentou a postura de algumas lideranças de seu partido que defendiam o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Segundo Tebet, o posicionamento dos “caciques do MDB” não representa o posicionamento do partido.

    A senadora disse que os emedebistas que estão com Lula tiveram envolvimento com o escândalo do petrolão.

    “O MDB é muito maior que meia dúzia de caciques que quiseram levar minha candidatura para o ex-presidente Lula e que tentaram puxar meu tapete. Eles têm coerência, porque estiveram lá no escândalo do petrolão. Eu fui contra esse sistema. Eu fui candidata [à presidência do Senado] e perdi dentro da minha bancada. Esse pessoal vai ficar lá. Eu vou governar com a grande força do MDB, que é a maioria absoluta desses prefeitos e vereadores. Minha candidatura não é do MDB, é do centro democrático. É do MDB, do PSDB, do Cidadania e do Podemos.”

    Ao abordar a política externa, Tebet afirmou que é necessário olhar para a política ambiental interna. Segundo ela, se não tivermos o selo verde, o mercado comum europeu vai fechar as portas ao comércio brasileiro.

    A senadora também afirmou ser necessário “tratar melhor os nossos vizinhos”, em referência à relação entre o governo e países da América do Sul.

    Ela também citou que tem a ex-chanceler da Alemanha Angela Merkel como “modelo”. “Estava no lugar certo e na hora certa”, elogiou.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

    Fotos – Todas as mulheres candidatas à Presidência do Brasil