Tebet diz que Brasil enfrenta “desarmonia entre Poderes” e defende “pacificação”
Ao comentar operação da PF contra empresários, candidata do MDB afirmou ser a favor da livre manifestação, mas ponderou que “a liberdade não pode ser absoluta”
A candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) afirmou nesta sexta-feira (26) que o Brasil passa por uma “desarmonia entre os Poderes”, que estão, segundo ela, com “ânimos acirrados”, e defendeu a necessidade de “pacificar” o país.
“Hoje você tem a politização da Justiça e, antes disso, há uma judicialização da política. Tudo a gente leva para a Justiça. A política se resolve na política”, disse em entrevista à Jovem Pan.
Tebet falou sobre o tema ao ser questionada sobre a operação da Polícia Federal contra oito empresários suspeitos de defender um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em outubro.
A candidata disse que aguardará o andamento do processo e afirmou ser a favor da livre manifestação, mas que “a liberdade não pode ser absoluta”. “Ela tem um limite, que é o da própria Constituição”, disse.
Segundo a emedebista, apesar da desarmonia entre os Poderes, “as instituições estão fortes”. “Nós temos um judiciário forte, ainda que com equívocos, ninguém diz que não há. Nós temos um Congresso Nacional vigilante e atuante, e a população não quer saber de ditadura”, afirmou.
Tebet ponderou, no entanto, que acredita que a democracia brasileira “em determinado momento ficou abalada” por crises artificiais criadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), por causa dos questionamentos ao sistema eleitoral. Segundo ela, porém, as instituições souberam “dar a devida resposta”.
A candidata do MDB admitiu já ter tido dúvidas sobre a segurança da urna eletrônica e citou uma proposta de reforma eleitoral proposta pelo Congresso em 2015. “A gente incluiu ali o voto impresso e não tivemos condição de debater. Depois da votação, teve o veto e nós fomos convencidos”, afirmou.
“Eu mesma não sabia, sou da era analógica, que as urnas eletrônicas não estavam ligadas no sistema internacional da internet. Portanto, não havia possibilidade de hacker entrar, não havia um sistema integrado. Fiquei totalmente convencida, confio nas urnas eletrônicas”, emendou.
Ao ser questionada sobre qual candidato apoiaria em um eventual segundo turno caso ela mesma não esteja na disputa, Tebet evitou citar nomes e disse apenas desejar a própria vitória. Ela citou a campanha eleitoral dos presidenciáveis na televisão, que tem início neste sábado (27), como oportunidade para apresentar suas propostas e se tornar mais conhecida.
“Diante de uma campanha tão polarizada, entre dois candidatos que são hoje, pelas pesquisas, os que mais pontuam, mas também os mais rejeitados, entre o voto do medo, do menos pior, e o voto por alguém que olha pra frente, que fala em esperança, que vai apresentar propostas de futuro, eu tenho certeza que o eleitor vai repensar seu voto”, finalizou.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos — Os candidatos a presidente em 2022
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
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O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
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Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
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Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
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Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
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Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
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Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook
Com informações de Gabriela Bernardes