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    Tebet confirma primeira mulher negra na presidência do Ipea

    Economista Luciana Servo é a nova presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e segunda mulher a comandar o órgão

    Basília Rodrigues

    A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou nesta sexta-feira (20), em entrevista à CNN, que a economista Luciana Mendes Santos Servo é a nova presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    “Nosso ministério alcançou a paridade, nos institutos a mesma coisa. Entre outras coisas, Luciana tem mestrado e doutorado. Não foi chamada por mim por ser mulher, foi chamada pela competência dela. Ela é especializada [em estudos] na área de saúde, que é o grande gargalo pós-pandemia”, afirmou Tebet à CNN.

    Luciana está no Ipea desde 1998 e atua como coordenadora de estudos e políticas de saúde.

    É a segunda mulher na presidência do instituto. A primeira foi Aspásia Camargo, entre 1993 e 1995. Luciana Servo é a primeira presidente negra do Ipea.

    O instituto entrou em crise interna após divulgação de dados controversos que negam o cenário de fome no país.

    Com exclusividade, a nova presidente do Ipea afirmou à CNN que haverá a publicação de novos dados.

    “Vamos ter uma guinada da política de estudos públicos. As pesquisas irão questionar estudos divulgados pela antiga presidência. Todos estudos precisam passar por procedimento para que as pessoas confiem no que estamos publicando”, afirmou Luciana Servo.

    O antigo presidente do instituto e ex-subsecretário de Política Fiscal da equipe do ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o economista Erik Alencar de Figueiredo, assinou estudo que negava aumento da insegurança alimentar no país sob o argumento de que não teria encontrado aumento de internações médicas decorrentes da subnutrição.

    Questionada sobre a polêmica sobre os dados da fome no Brasil, Tebet disse ter firmado compromisso que, em sua gestão, não haverá contaminação política no instituto – crítica presente em gestões anteriores.

    “Não vai haver ingerência política do Ipea. Ninguém vai pegar o telefone e dizer ‘nós queremos que você manipule os dados’.”

    O anúncio foi feito ao lado da nova secretária do Planejamento, Leani Lemos, outra mulher escolhida por Tebet para a equipe.

    Lemos disse que o Ipea irá participar ativamente da formulação da peça orçamentária dando suporte de dados.

    À CNN, Tebet afirmou também que nos próximos dias fará anúncio de mais nomes técnicos de mulheres negras e pardas.

    “Todas que vêm são pessoas extremamente capacitadas e precisam ser aplaudidas”, completou.

    “O que nós queremos trazer é que o Brasil tem um déficit insustentável, não tem crescimento duradouro, assim continua na miserabilidade. Mas queremos tirar o Brasil do mapa da fome. Com isso, o Ministério do Planejamento passa a ser decisivo. Que Brasil somos? É o IBGE que faz o retrato”, afirmou Tebet.

    E continuou: “A segunda pergunta é: qual Brasil queremos ser? Brasil que garanta Educação de qualidade, que ninguém fique nas filas de hospital. Esse é o papel do Ipea, ele pega o Brasil que a gente quer e esmiúça.”

    O governo ainda não definiu quem irá comandar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, assim como o Ipea, fica sob o guarda-chuva do Ministério do Planejamento, comandado por Tebet.

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