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    Taxação global de super-ricos precisa financiar políticas climáticas, defende Marina

    Em entrevista à CNN, ministra do Meio Ambiente diz que proposta de Haddad é inovadora e será legado do Brasil à frente do G20

    Iuri PittaDaniel Rittnerda CNN , Brasília

    Na presidência do G20 em 2024, o Brasil aposta como um dos principais legados a implementação de uma taxação global dos super-ricos que destine parte dessa receita para o financiamento de políticas ambientais de enfrentamento às mudanças climáticas.

    Ao participar do CNN Entrevistas desta semana, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o caráter inovador da proposta e o papel do colega da Fazenda, Fernando Haddad, na elaboração.

    “Nos últimos quatro séculos o mundo transformou a natureza em pecúnia, em dinheiro, uma necessidade, porque as pessoas vivem daquilo que produzem. No entanto, agora vamos ter que pegar parte desse dinheiro e investir para recuperar a natureza e preservar o que ainda existe”, afirmou Marina.

    A entrevista foi gravada no mesmo dia em que ela, Haddad, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fizeram reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tendo como uma das pautas a agenda do Brasil à frente do grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta e a COP30, que será realizada no ano que vem, em Belém (PA).

    “O ministro Fernando Haddad está trabalhando no G20 a questão da taxação dos super-ricos exatamente para que a gente possa usar parte desses recursos, desse dividendo que foi transformar a natureza em recursos financeiros, em recursos que sejam bons para todos”, disse a ministra.

    Marina considera uma das principais inovações no debate o fato de se buscar uma taxação global. “Até então o debate era assim: vamos taxar as grandes fortunas, só que as grandes fortunas podem migrar para outros territórios que não façam essa taxação, para outros países”, explicou a ministra.

    “O mecanismo que está sendo proposto é totalmente inovador porque cria uma taxação global. E aí você não terá para onde ir.”

    Em recente artigo do qual Haddad foi coautor, ao lado dos ministros de áreas econômicas de África do Sul, Alemanha e Espanha, estima-se que esse tributo global poderia gerar uma receita de US$ 250 bilhões – o que seria equivalente aos prejuízos provocados por eventos climáticos extremos em 2023, situações como a que ocorre com as enchentes no Rio Grande do Sul neste mês.

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