Tabata defende antecipação do depoimento de Moro para ‘resolver crise’
Deputada do PDT-SP afirma que crise política precisa ser superada para o Congresso não perder energia no combate ao coronavírus
A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) comentou em entrevista para a CNN sobre o pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) antecipe o depoimento do ex-ministro Sergio Moro no inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na autonomia da Polícia Federal.
Tabata afirmou ser fundamental que a crise política seja resolvida para que o Congresso volte a ficar focado unicamente no combate ao coronavírus. “Essa crise política faz com que a gente perca energia para resolver a crise. O prazo me parece longo, as acusações são graves. É importante investigar e ouvir o quanto antes para focar o esforço no combate ao coronavírus”, declarou a parlamentar nesta quinta-feira (30) para a CNN.
O ministro Celso de Mello autorizou a abertura de inquérito no STF após pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele estabeleceu um prazo de até 60 dias para que Moro seja ouvido.
Além de Tabata, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e o deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) participaram do pedido enviado ao STF para a antecipação.
“O próprio procurador fez a apresentação ao STF e deixou claro que as duas partes deveriam ser ouvidas. O que a gente entende é que precisa resolver o quanto antes. Não é ouvir apenas um lado ou favorecer outro, mas resolver o imbróglio, porque já são crises suficientes”, afirmou Tabata.
Abertura de CPI
Questionada sobre o motivo de acionar o Supremo e não de utilizar as próprias ferramentas democráticas da Câmara, Tabata afirmou que entrou com o pedido de antecipação como cidadã, e que como deputada trabalha para a abertura de uma CPI.
“Nós também estamos em uma série de frentes trabalhando para instalar uma CPI para analisar. Mas não deveríamos perde tempo quando temos de lidar com uma crise como a do coronavírus. Para mim a resposta é clara. Investigar a fundo e ver as provas. Se as acusações são verdadeiras, ele [presidente] cometeu crimes. E mesmo que a sociedade esteja desacreditada nas CPIs, vamos insistir para a investigação”, declarou a deputada.