STF deve definir na 4ª lista de candidatos a ministro do TSE que enviará a Bolsonaro
Escolha do Supremo vai mostrar o quanto a Corte está unida e falando a mesma língua

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir ainda nesta semana a lista tríplice para ocupar a vaga deixada pelo ministro Carlos Mário Velloso Filho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A sessão está prevista para quarta-feira (4).
A avaliação de interlocutores da cúpula no Palácio do Planalto à CNN é a de que a escolha do Supremo vai mostrar o quanto a Corte está, de fato, unida —e, acima de tudo, falando a mesma língua. Na semana passada, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, anunciou uma relação com quatro nomes: Rogéria Fagundes Dotti, Vera Lúcia Santana Araújo, André Ramos Tavares e Fabrício Juliano Mendes Medeiros.
Agora, cabe ao Supremo definir os três que serão enviados ao presidente Jair Bolsonaro. Nenhum dos quatro, no entanto, têm ligações com Bolsonaro. E é por isso que, segundo relatos feitos à CNN, há a possibilidade de o presidente deixar a escolha para depois da eleição. A vacância na Corte Eleitoral por alguns meses não seria inédita e já aconteceu, por exemplo, no governo de Dilma Rousseff.
A estratégia de adiar a escolha do novo ministro do TSE passa pelo entendimento de que, hoje, Bolsonaro não teria um nome alinhado ao Planalto no tribunal. André Ramos Tavares, integrou a Comissão de Ética da Presidência da República, é considerado por aliados do presidente um nome mais técnico. No Supremo, no entanto, ele é apoiado pelos ministros Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes.
Fabrício Medeiros foi advogado do DEM e, por isso, teria relações próximas com o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia —Moraes também teria simpatia por ele. A advogada paranaense Rogéria Fagundes Dotti tem a simpatia de Fachin, assim como Vera Lúcia, que integra a Associação Brasileira de Juristas e da Frente de Mulheres Negras do DF e do Entorno.
Alegando motivos de saúde, o ministro substituto do TSE Carlos Mário Velloso Filho renunciou ao cargo que ocupava em março. Ele foi nomeado em 2019 e, em julho de 2021, reconduzido para a função.