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    Eleições 2022

    “Sou absolutamente contra controle social da mídia”, diz Moro à CNN

    Ex-ministro da Justiça disse que será candidato em 2022, mas não cravou para qual cargo

    Giovanna GalvaniCarolina Figueiredoda CNN

    em São Paulo

    O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro declarou, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (2), ser “absolutamente contra o controle social da mídia” ao ser questionado sobre projetos de regulamentação da imprensa.

    “É uma forma disfarçada de voltar a censura. Vai ter um conselho de jornalistas indicado por partidos, por sindicatos para controlar o que a imprensa vai falar, vai transmitir?”, questionou Moro após afirmar que quem defende o “controle social da mídia” seria o ex-presidente Lula (PT).

    Em entrevista para youtubers e canais de esquerda na semana passada, Lula afirmou que o que ele chama de “regulação da mídia” visa “adequar as necessidades da sociedade” e combater o funcionamento da “indústria de fake news”.

    Moro falou ainda ser contra ataques que têm sido feito a jornalistas. “Sou absolutamente contra ataques de qualquer espécie a jornalistas. A imprensa merece críticas, isso faz parte da liberdade de expressão, mas sem baixar nível de ficar ofendendo jornalistas”, completou.

    Sobre as eleições de 2022, o ex-juiz disse que será candidato, mas não definiu para qual cargo.

    Essa decisão, segundo ele, ainda está sendo definida dentro do União Brasil, partido ao qual o ex-juiz federal recentemente se filiou.

    “Devo ser candidato sim nessas eleições, isso está sendo discutido dentro do partido. Tenho que tomar essa decisão”, disse Moro após se autodefinir como um “soldado da democracia” que atuaria, principalmente, em prol da viabilidade da chamada terceira via.

    “Hoje, o que nos temos ainda está em discussão. O União Brasil escolheu Luciano Bivar [como pré-candidato à Presidência]. Eu sou um soldado da democracia, jogo em qualquer posição. O importante é a gente voltar a crescer”, declarou.

    Ao ser questionado sobre ter “ambição de poder”, Moro afirmou que a ida ao União Brasil se baseava em um “cálculo racional para continuar defendendo bandeiras e pautas” como o combate à corrupção.

    Comitê da ONU e Daniel Silveira

    O ex-juiz da Operação Lava Jato também voltou a criticar o parecer do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que o classificou como parcial em seu julgamento contra Lula.

    Para Moro, a decisão se baseia em um “erro” do Supremo Tribunal Federal que reconheceu o ex-juiz como suspeito no julgamento contra o ex-presidente da República. “Têm votos vencidos que qualificam isso [a suspeição] como um acerto de contas politico”, disse.

    Na entrevista, Moro também repetiu seu posicionamento em relação ao caso de Daniel Silveira (PTB-RJ), deputado federal condenado pelo STF mas agraciado com um indulto presidencial de Jair Bolsonaro (PL).

    “Pra mim, ali houve uma sucessão de erros: o deputado se excedeu e atacou, fez ameaças físicas a ministros do Supremo, isso não está dentro da liberdade de expressão. Do outro lado, o STF deu uma pena excessiva, mais de 8 anos de prisão para ameaças físicas que eram graves, mas verbais”, disse.

    “Veio o indulto na sucessão de erros. Poderia o presidente ter concedido indulto parcial para que ele [Silveira] cumprisse uma pena de prestação de serviços, por exemplo”, avaliou o ex-ministro.

    A CNN entrou em contato com a assessoria de Lula, que enviou uma nota: O ex-juiz Sérgio Moro mente e é parcial contra o ex-presidente Lula. O que ele defende é uma discussão no Congresso sobre a atualização da lei de regulação dos meios eletrônicos de comunicação, cuja legislação no país data da década de 1960. Nos moldes da regulação inglesa, alemã ou americana.