Situação de Moro não afeta relação de Paulo Guedes com Bolsonaro, diz secretário
Marcelo Guaranys negou que a possível saída do ministro da Justiça e Segurança Pública possa influenciar o ministro da Economia a também se desligar do governo
Em entrevista na tarde desta quinta-feira, 23, o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, afirmou que a possível demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro não deve influenciar Paulo Guedes a deixar o governo.
“Eu acho que não pesa. O ministro Paulo Guedes, nunca vi alguém com uma estratégia tão completa em relação às mudanças econômicas estruturais. É o ministro que vi com maior amplitude com estratégia de mudança econômica, tanto na macro quanto na micro”, elogiou Guaranys em videoconferência com jornalistas do site UOL.
“O segundo ponto é o grau de parceria dele com o presidente, eles têm uma relação diferente de (outros) ministros com o presidente. Eles têm uma relação de confiança e respeito mútuo. Eu acho que ele, de fato, é um parceiro do presidente”, continuou o secretário-executivo, afastando o ministro da Economia das recentes polêmicas envolvendo o presidente e a relação conflituosa com seus nomeados.
Ainda na tarde desta quinta-feira, o suposto pedido de demissão do ministro Sérgio Moro ganhou força entre autoridades e veículos de comunicação. Um dos homens-fortes do governo, o ex-juiz teria tomado a decisão diante da saída do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, imposta pelo presidente Bolsonaro.
Valeixo é um aliado de Moro na Polícia Federal. O delegado foi superintendente da PF no Paraná, estado em que o ministro atuava como juiz, e coordenou a operação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em processo com ampla participação pública de Moro. Foi também na gestão do diretor que foi fechada a delação de Antonio Palocci com a PF em Curitiba.
“Fiquei sabendo da situação do ministro Moro aqui pelo WhatsApp, mas a gente não sabe ainda o motivo nem a situação.É difícil fazer uma análise”, concluiu Guaranys se esquivando dos boatos, ainda não confirmados pelo Governo Federal.