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    Setor de eventos, parlamentares e governo estadual pedem Perse exclusivo para o RS

    Governador Eduardo Leite estima a recuperação do setor turístico estadual em aproximadamente de R$ 1 bilhão

    João RosaDaniel Trevorda CNN , Brasília

    O governo federal sancionou na última quarta-feira (22) o novo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Criado durante a pandemia, a medida prorroga as compensações tributárias das empresas do setor de eventos e turismo de todo país. Mas agora, o governo e parlamentares do Rio Grande do Sul pedem um Perse voltado ao estado que foi atingido pelas enchentes.

    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), enviou uma carta ao governo federal com reinvindicações para os setores de turismo e eventos. Entre os pedidos está a criação de um Perse exclusivo para o estado. Leite pede para que sejam zerados quatro impostos federais (PIS/PASEP, Cofins, CSLL e IRPJ) até 31 de dezembro de 2027.

    “As empresas do Rio Grande do Sul, ainda em recuperação dos reflexos da pandemia, foram agora atingidas duramente pela calamidade climática”, justificou o governador no documento.

    Segundo Leite, a recuperação do setor turístico estadual é estimada em aproximadamente de R$ 1 bilhão.

    Em outra frente, o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) protocolou na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL) para, na modalidade do Perse, zerar no estado gaúcho os quatro impostos para 45 atividades ligadas ao comércio, turismo e ao setor de eventos.

    O projeto abrange todas as 14 atividades que ficaram de fora do novo Perse aprovado para todo o país, além de ficar fora do novo teto estabelecido de 15 bilhões de reais.

    “Queremos o Perse no Rio Grande do Sul até 2029 e fora do teto do novo Perse, o que já é permitido e perfeitamente possível pelo reconhecimento do estado de calamidade”, afirmou o deputado.

    Segundo o parlamentar, o comércio de bens e serviços corresponde a 54% da geração de renda e garante o maior contingente de empregos do Rio Grande do Sul.

    Nesta semana, representantes do setor de eventos e turismo se reuniram com o ministro de Turismo, Celso Sabino, e o governador Eduardo Leite (PSDB) para articular o andamento da medida.

    “De forma econômica, o momento é pior do que o da pandemia [no Rio Grande do Sul]. Hoje, as empresas perderam tudo em questão de equipamentos. É muito diferente da pandemia. Quanto eles retornaram, os equipamentos poderiam ser utilizados”, afirmou Ricardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta).

    Balanço do desastre

    De acordo com um balanço preliminar feito pelo governo do estado, 62% das empresas de turismo estão com operações reduzidas ou sem operação. O levantamento mostra que 72% das empresas do setor tiveram impacto no acesso aos empreendimentos. Os dados foram obtidos em parceria com a Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo (ABBTUR).

    Outra dificuldade enfrentada pelo setor são os pontos turísticos danificados pelas enchentes. O balanço também apontou que 55% das atrações públicas e 73% dos atrativos privados foram estragados pelas chuvas. Cerca de 65% dos eventos turísticos também foram comprometidos.

    “Alguns pontos turísticos foram muito impactados. A gente acredita que a grande maioria teria que ser reconstruída. Entretanto, acredito que a temporada de 2024 não foi totalmente perdida. A gente ainda está entendendo os impactos e o tempo de reabertura dos pontos turísticos”, afirmou Charles Rossner da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales).

    Gramado

    A cidade de Gramado, um dos principais pontos turísticos gaúcho e brasileiro, deve ter um prejuízo de cerca de R$ 550 milhões até o fim de julho, caso não haja a volta das operações no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

    Segundo o Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Região das Hortênsias (SindTur), as perdas devem chegar a R$150 milhões em maio. Outros R$ 400 milhões de prejuízo são previstos em junho e julho, meses de alta temporada na região.

    O secretário Municipal da Cultura de Gramado, Ricardo Bertolucci, afirmou que as principais atrações turísticas da cidade de Gramado não foram afetadas pelas chuvas.

    Mas o turismo da cidade acabou afetado devido a interdição do aeroporto de Porto Alegre.

    “A maior dificuldade que nós temos hoje é a questão do Aeroporto Salgado Filho sem operar. Estimamos que, no mês de julho, a gente cresça, sobretudo com relação ao público rodoviário”, afirmou Bertolucci.

    Para tentar amenizar a suspensão das operações do aeroporto de Porto Alegre, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou a operação de voos comerciais na base aérea de Canoas.

    Mesmo com o momento que o estado vive, o secretário afirmou que os eventos de Gramado, como o Festival de Cinema e o Natal Luz, serão mantidos em 2024.

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