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    Sérgio Reis, Jefferson, Silveira: quem são os investigados por ataques ao STF

    Assim como o sertanejo, outros políticos próximos ao presidente Jair Bolsonaro tiveram destaque nos últimos meses por supostos ataques à Corte

    João de Marida CNN , em São Paulo

    O cantor sertanejo ex-deputado Sérgio Reis foi alvo de uma ação da Polícia Federal (PF) que pretende apurar um possível crime cometido por ele: o cantor teria supostamente incitado a população a praticar atos violentos e ameaçadores contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

    Assim como o sertanejo, outros nomes de políticos tiveram destaque nos últimos meses por serem alvo de operações e investigações por supostos ataques ao Supremo, como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ).

    Além de serem investigados pelos atos contra a democracia, ambos são alvos nos inquéritos das fake news e apurações de supostos ataques aos ministros do STF. Já Sérgio Reis é investigado pela incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia. Em comum, os três defendem ideais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

    O inquérito das fake news, ou Inquérito 4781, é uma investigação aberta pelo Supremo para investigar a existência de notícias falsas, ameaças e infrações contra os membros da Suprema Corte.

    O ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, fala à CNN
    O presidente do PTB, Roberto Jefferson, em entrevista à CNN /

    Roberto Jefferson

    No último dia 13, Jefferson foi preso preventivamente pela PF, no Rio de Janeiro, por participar de uma suposta milícia digital em ataques às instituições democráticas. A organização criminosa teria sido montada, principalmente, para atacar a próxima eleição.

    A prisão do ex-deputado federal e presidente do PTB foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Jefferson fazia barulho como um aliado das políticas defendidas pelo governo Jair Bolsonaro.

    Na sombra de Bolsonaro, Jefferson passou a publicar fotos com armas e textos com ataques a ministros do STF. Por este motivo, chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão em março de 2020.

    As investigações, à época, integravam o inquérito das fake news, agregado ao então inquérito dos atos antidemocráticos para formar o atual processo relatado por Moraes.

    A investigação foi autorizada após Moraes ter determinado o arquivamento do inquérito que investigou atos antidemocráticos realizados em 2020. O arquivamento atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

    Dos programas policiais ao Congresso

    Antes de ingressar na vida pública, Roberto Jefferson Monteiro Francisco — fluminense nascido em Petrópolis em 14 de junho de 1953 — teve destaque em um programa policial chamado “Aqui e agora”, exibido na extinta emissora TVS, atual SBT.

    Com a popularidade em alta, candidatou-se a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro em 1982. Já filiado ao PTB, onde construiria a principal e maior parte de sua carreira política entre algumas idas e vindas, Jefferson obteve 84 mil votos e foi o deputado federal mais votado do partido.

    Foi candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 1988, mas foi derrotado pelo candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Marcelo Alencar. Voltou ao seu posto de deputado federal, onde iria exercer forte papel na defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989.

    Deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ)
    Câmara avaliará a situação das punições do parlamentar /

    Daniel Silveira

    Um dos apoiadores mais efusivos do presidente Bolsonaro, Daniel Silveira foi preso em flagrante pela Polícia Federal, em fevereiro deste ano, após publicar vídeo de ameaças STF.

    Silveira tomou posse na Câmara em 2019, em seu primeiro mandato, dividindo a legislatura com curso de direito na Universidade Estácio de Sá. Além de policial militar, o deputado também é professor de muay thay.

    Deputado quebrou placa de Marielle
    Durante a campanha, em 2018, ele protagonizou um dos episódios de maior repercussão de sua trajetória, quando, durante um comício ao lado do hoje governador afastado Wilson Witzel (PSC-RJ) e do hoje deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada meses antes.

    Em maio de 2020, Silveira disse “estar torcendo” para que manifestantes contrários ao presidente Bolsonaro fossem alvejados por policiais. Na ocasião, o deputado gravou vídeo enquanto se dirigia para um ato no Rio de Janeiro com apoiadores do governo federal.

    Sérgio Reis

    Nos últimos dias, Sérgio Reis voltou aos holofotes ao se envolver na polêmica da participação na organização de atos contra ministros do STF. Gravações em que o cantor afirma pretender invadir Brasília tomaram as redes sociais.

    “Estamos nos preparando judicialmente para fazer uma coisa séria, para que o governo e o exército tomem posição. Eu vou estar lá”, disse o cantor.

    “Se vocês não cumprirem em 72 horas, nós vamos dar mais 72 horas, só que nós vamos parar o país. Já está tudo armado. O país vai parar. Se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras [os ministros do STF], nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, ameaçou o artista.

    O cantor foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (20), que investiga ameaças recentes contra o “Estado de Direito, Instituições democráticas e membros dos três Poderes”.

    A relação do cantor sertanejo com a política não se resume aos áudios

    divulgados. Ele foi deputado federal por São Paulo entre 2014 e 2019.

    Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem, entre eles o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). Houve buscas em propriedades do cantor e no gabinete de Otoni na Câmara.

    Reis também virou alvo de um inquérito da Polícia Civil do Distrito Federal, nesta semana, que o investigará por associação a crimes como ameaça, dano e por expor a perigo os meios de transporte público.

    Proibido de se aproximar da Praça dos Três Poderes

    Após autorizar busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (20) a proibição de nove pessoas, incluindo Sérgio Reis, de se aproximarem em um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília.

    Segundo Moraes, a proibição se faz necessária “para evitar a prática de infrações penais e preservação da integridade física e psicológica dos Ministros, Senadores, servidores ali lotados, bem como do público em geral que diariamente frequenta e transita nas imediações.”

    A restrição não vale para o deputado Otoni de Paula, parlamentar em exercício da função.

    (Com informações de Giovanna Galvani e Diego Freire, da CNN, em São Paulo)

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