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    Sergio Moro chega à Polícia Federal para depor

    Depoimento foi antecipado depois de Celso de Mello pedir à Polícia Federal para ouvir o ex-ministro em até cinco dias

    Da CNN, em São Paulo*


    O ex-ministro da Justiça Sergio Moro chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba na tarde deste sábado (2) para prestar seu depoimento em relação às acusações que ele fez ao presidente Jair Bolsonaro em seu discurso de demissão, no último dia 24 de abril.

    Moro começou a depor pouco depois das 14h, segundo o âncora da CNN Daniel Adjuto.

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello é o relator do inquérito aberto pela Procuradoria Geral da República (PGR), que tem a intenção de apurar os supostos crimes, levantados por Moro em relação à Bolsonaro, e que foram listados na fala do ex-ministro. As acusações envolvem, principalmente, a alegação de que há uma interferência política, por parte do presidente, na Polícia Federal em prol de benefício próprio. 

    O processo pode ter efeitos tanto em Sergio Moro, quanto em Jair Bolsonaro. O depoimento está acontecendo no mesmo prédio em que o ex-presidente Lula ficou preso em decorrência da Lava Jato, comandada por Moro. Ele será ouvido em Curitiba justamente por ser seu local de domicílio, agora que já deixou Brasília. 

    O depoimento poderia acontecer em 60 dias, mas foi antecipado por Celso de Mello. A antecipação aconteceu após um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) para que agilizassem o processo devido à gravidade destas acusações. 

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    Manifestação

    Antes da chegada do ex-ministro, um pequeno grupo de apoiadores do presidente ficou desde as 10 horas na frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. Uma das coordenadoras, Paula Milani, se recusou a falar com a imprensa, assim como outros militantes. “Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?”, gritavam do carro de som.

    Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de “Judas”, “rato”, e chegaram a falar que “a biografia do Moro deveria ser jogada na privada”, entre outros xingamentos. “Porque não investigava quem tentou matar o presidente?”, gritavam.

    Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. “Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente” disse uma manifestante.

    Cerca de cinco apoiadores de Moro levavam faixas de apoio. O consultor Marcos Silva disse que acreditava em Moro e não merecia esse tratamento. “Acreditamos na honestidade de Sergio Moro, assim como ele fez na Lava-Jato ele tentou fazer no Ministério da Justiça, mas chegou perto dos filhos do presidente”, disse.

    Manifestantes pró Moro e pró Bolsonaro manifestam em frente à PD de Curitiba.
    Apoiadores do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro concentrados em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR) na manhã deste sábado
    Foto: Geraldo Bubniak/Agência Estado

    O servidor público Alvaro Faria também estava presente e vestia uma camiseta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado pela Operação Lava Jato. O manifestante fez críticas ao ex-juiz federal. “Faço questão de estar aqui para ver Moro depondo, ele que vazou áudios ilegalmente para prejudicar Dilma e Lula, que inflamou uma manifestação que iria acontecer depois, merece responder por isso também”, comentou. Minutos depois, o apoiador de Lula precisou ser retirado do local.

    Em outro momento, um cinegrafista da RIC teve seu equipamento atingido por uma manifestante, que foi contido pela Polícia Militar e levado para fora da área de imprensa. Após a tentativa de agressão, a PM precisou reforçar seu contingente em frente à sede da PF.

    (*Com informações do Estadão Conteúdo)