“Será que brevemente faremos uma Operação Acolhida na Argentina?”, questiona Bolsonaro
Presidente falou sobre situação política e econômica de países da América do Sul durante evento em Juiz de Fora
O presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou nesta sexta-feira (15) se a crise econômica na Argentina forçará o Brasil a criar uma nova Operação Acolhida para receber imigrantes fugindo do país vizinho. Ele se referia à ação do governo brasileiro criada em 2018 em Roraima para acolher venezuelanos.
A declaração foi feita durante um culto evangélico em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro também falou sobre a situação dos vizinhos Chile e Colômbia.
“Veja para onde está indo a economia da nossa Argentina aqui do lado. Será que brevemente vamos ter que fazer uma Operação Acolhida na Argentina a exemplo da Operação Acolhida em Roraima? Metade da população já está na linha da pobreza. O segundo país mais rico aqui da América do Sul, nosso grande parceiro comercial ainda”, afirmou.
A taxa de inflação argentina chega a 64% em 12 meses e a 36,2% no acumulado de 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos divulgados na quinta-feira (14). Em junho, o Banco Central da Argentina elevou a taxa básica do país pela sexta vez neste ano, para 52%, para tentar conter a maior alta generalizada dos preços em 30 anos.
O presidente também criticou medidas adotadas no “nosso Chile”. “Olha como está o Chile, um país redondinho na sua economia, sempre crescendo no mínimo 5% no ano. Para onde foi?”, questionou.
Ele também fez referência à eleição do senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro na Colômbia, em junho.
“Volta agora também a nossa Colômbia, onde acabaram de eleger um guerrilheiro do movimento M19. Qual o serviço público mais procurado na Colômbia no momento, alguém sabe? Emissão de passaporte. Se preparando para sair de lá”, disse.Segundo o presidente, a “classe rica” colombiana está fugindo do país com a eleição do candidato de esquerda, mas encontra dificuldades por não poder ir mais para a Venezuela ou para o Brasil, que estaria “saturado”.
“A classe rica vai para Miami. Para a América do Sul parece que está difícil achar um país em que se possa sonhar com paz e tranquilidade”, afirmou.
*Publicado por Estêvão Bertoni
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