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    Eleições 2022

    Sentimento predominante das eleições é “angústia” com economia, diz cientista político

    Antonio Lavareda, diretor do Ipespe, avaliou à CNN dados da última pesquisa eleitoral do instituto, divulgada nesta sexta-feira (13)

    Ludmila CandalGiovanna Galvanida CNN

    em São Paulo

    Com a divulgação da última pesquisa XP/Ipespe de intenção de voto para as eleições presidenciais, está posto que o sentimento “predominante” desse pleito é a “ansiedade e angústia dos brasileiros diante das dificuldades postas pelo quadro econômico pós-pandemia”, avaliou Antonio Lavareda, cientista político e diretor do Ipespe, à CNN nesta sexta-feira (13).

    Segundo a pesquisa, realizada com 1000 entrevistados de todo o Brasil, o ex-presidente Lula (PT) lidera as intenções de voto com 44%, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%.

    Para Lavareda, a mudança de sentimento predominante explica índices como a menor rejeição de Lula perante Bolsonaro, bem como a queda do “antipetismo” presente em 2018, quando a crise econômica e os efeitos da Operação Lava Jato ainda era dominantes do ponto de vista eleitoral.

    “Essa eleição é balizada em grande medida pelo o que está ocorrendo e pode ocorrer na dimensão econômica. São sobretudos atinentes à inflação, ao custo de vida e dos produtos, ao desemprego e ao ritmo de crescimento esperado para esse ano que, embora tenha melhorado recentemente, segundo alguns analistas, ainda está num patamar muito baixo, de 1,3% a 1,5%”, avaliou Lavareda.

    O cientista político afirma que a combinação desses fatores “coloca um obstáculo difícil ao presidente [Bolsonao] transpor nessa corrida eleitoral”, já que a “inflação é associada sempre ao governo”, observou Lavareda.

    A melhora em alguns índices de Bolsonaro, como o crescimento de um ponto dentro da margem de erro de uma pesquisa para a outra, fez com que o cientista político apontasse para a saída de Sergio Moro (União Brasil) da corrida presidencial. Ele avalia que os apoiadores de Moro voltaram para o candidato que escolheram em 2018, Bolsonaro.

    “Nesse retorno, dá-se um viés de consistência, os eleitores alinham suas avaliações do governo às intenções de voto. Ao retornarem ao presidente atual, alinham sua avaliação do governo, economia e rumos do país. É a escolha eleitoral comandando a avaliação do governo e a leitura da economia”, afirmou.

    Terceira via

    Sobre a possibilidade da chamada “terceira via” avançar nas pesquisas eleitorais, Lavareda disse que não podia-se descartar “fenômenos imprevisíveis”, mas que ainda é preciso esperar passos a serem dados pelo grupo, como a unificação do campo — que conta com Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB) como concorrentes.

    Além disso, Lavareda afirma que é preciso entender “qual grande dificuldade essa eleição coloca para candidatos que não sejam Lula ou Bolsonaro” devido ao ineditismo da disputa.

    “São dois personagens com uma taxa de conhecimento elevadíssima, com uma imagem cada um deles bastante consolidada. Verificamos singularidade nas pesquisas, como o inusual e super elevado volume no agregado de intenções de votos espontâneas: 74% dos eleitores hoje conseguem apontam o nome do candidato espontaneamente”, disse, porcentagem que era de 38% na mesma época do ano em 2018.

    “Temos dois candidatos super conhecidos disputando a preferência dos brasileiros. Um comanda o governo e outro tem a experiencia de dois mandatos. Isso traz barreiras para a penetração dos demais competidores”, analisou.

    Debate

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.